Ibama aplica multa de R$ 2 milhões contra madeireiras irregulares

12/09/2014 15:28 Meio Ambiente
Empresas emitiam nota de madeira cortada ilegalmente. (Foto: Ibama/MS).
Empresas emitiam nota de madeira cortada ilegalmente. (Foto: Ibama/MS).

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) desmontou um esquema fraudulento entre madeireiras de Mato Grosso do Sul e São Paulo, que emitiam nota comprovando a origem florestal de madeiras ilegais. No total, 28 empresas com sede em municípios sul-mato-grossenses foram autuadas e multadas em R$ 2 milhões.

De acordo com a chefe da Divisão Técnica do Ibama no Estado, Joanice Lube Battilani, o trabalho de investigação começou em maio deste ano e contou com a atuação de 11 agentes estaduais. "Essa foi a primeira vez que desarticulamos uma fraude tão grande em um trabalho realizado em conjunto com a superintendência do Ibama de São Paulo", conta.

Por meio de análise de dados de sistema do transporte de madeira pelo país, os agentes desconfiaram de que havia algum tipo de fraude quando viram uma grande quantidade do produto sendo levado de São Paulo para Mato Grosso do Sul. "Isso é estranho, por que nosso Estado não consome e nem produz madeira, ela apenas passa por aqui vindo da Amazônia e indo para grandes centros consumidores como São Paulo", explica Joanice.

Em seguida começou o trabalho de fiscalização em campo, quando a equipe descobriu que das 28 empresas que comercializavam madeira em Mato Grosso do Sul, cinco eram fantasmas e duas de fachada. No Estado, apenas 12 empresas estão regulares para o comércio de madeira legal. Em São Paulo foram fiscalizadas 14 empresas, sendo que 11 delas são fantasmas.

O esquema consistia em regularizar madeira oriunda de desmatamento. "Toda madeira tem que ser legal, oriunda de um corte legalizado, e essa ela é inserida no sistema através de crédito, de volume de madeira. Uma das consequências é que você está regularizando uma madeira ilegal de desmatamento e corte ilegal", destaca a chefe do Ibama.

Cuidados - Joanice Battilani comenta que as consequências desse tipo de fraude afeta vários segmentos do país. "Os prejuízos são tanto econômicos, quanto ambientais e fiscais. Essa madeira ilegal é vendida mais barata o que gera uma concorrência desleal para as empresas legais", diz.

Joanice destaca ainda que além dos problemas econômicos, as empresas de fachada não recolhem imposto, comentendo outro crime, o de sonegação fiscal. Além disso, há as consequências incalculáveis para o meio ambiente.
O conselho para os consumidores é que antes de comprar qualquer tipo de madeira, procure conhecer se a empresa é legal, se tem local físico e estoque desses produtos.

Fonte: Campo Grande News

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