Nível do Rio da Prata, em Jardim, atinge 3 metros e água turva volta a preocupar
Com a chuva intensa ao longo desta semana, o Rio da Prata, em Jardim, está em 3.06 metros - 2,5 m acima do normal. Além do volume, outro problema já conhecido é relatado por empresários da região: o turvamento da água e a demora para voltar ao tom cristalino.
A imagem acima é do Rio da Prata, registradas pela ponte acima do água pela estrada do Curê. “Se fosse há 20 anos, o rio encheria e turvaria menos. Voltava a ficar cristalino em dois a três dias. Nesse episódio de chuva forte, a gente estima que demore de 10 a 15 dias”, explica Eduardo Coelho, que possui atrativos no Prata e também no Rio Mimoso.
Construção de mais estradas vicinais e falta de mata ciliar são apontados como fatores que, ao longo do tempo, prejudica os rios da região de ecoturismo do Estado – composta por Jardim, Bonito e Bodoquena.
“Antigamente, tinha mais Cerrado e mais campo nativo, além de pouco gado. O ambiente era mais natural antes, por isso turvava menos. Com o avanço da agricultura e divisão das fazendas, tem muito mais estradas do que antes. Isso ajuda a correr mais rápido a água [que levam barro para os rios]. É um problema sério em Bonito. Muita gente loteou e abriu sítio, com isso, mais estrada, que é concentrador de água”, explica Eduardo.
Em novembro passado, no início do período de chuva, o Rio da Prata ficou completamente turvo. A três lavouras, foi ordenada obra de “curva de nível” dentro das fazendas. É uma espécie de levantamento do solo em um nível que permita a água ficar retida. “Melhorou muito”.
A saída, afirma, é adoção de medidas que envolvem governo, prefeitura, produtores rurais e donos de atrativos. “Precisa adaptar as estradas, para que não sejam corredores de água, e também construção de caixas de retenção. Nas fazendas, medidas de conservação de solo. Dá para ter agricultura, pecuária e ecoturismo, mas um precisa respeitar o outro”.
Suspenso – Os passeios do Rio Mimoso, ofertados pela Estância Mimosa, foram suspensos em virtude da chuva. Segundo Eduardo, proprietário do local, a chuva naquela região foi maior, por isso prejudicou mais comparado ao Rio da Prata. Já os passeios do Recanto Ecológico Rio da Prata estão funcionando, por enquanto.
Fonte: Mayara Bueno / Campo Grandes News
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