Tecnologia a favor da água: veja propostas do Fórum Mundial para esta quarta
O uso da tecnologia a favor da gestão hídrica será uma das pautas principais do terceiro dia do Fórum Mundial da Água, nesta quarta-feira (21), em Brasília.
A sessão sobre o uso de celulares, sensoriamento remoto e drones vai discutir como esses equipamentos podem ser aplicados no gerenciamento da água. A mesa está prevista para começar às 11h e, segundo os organizadores, pretende "aproveitar, ao máximo, a participação dos jovens no evento".
A proposta é trocar experiências sobre o desenvolvimento de aplicativos e softwares que, comprovadamente, têm ajudado no melhor uso da água na agricultura e nas cidades. A mesa será coordenada por um grupo de especialistas da área. O Brasil estará representado por um membro do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB).
Um exemplo de como a tecnologia e a sustentabilidade andam lado a lado é a iniciativa de uma start-up do Distrito Federal, que desde o ano passado – em plena crise hídrica – passou a lavar carros e motos sem usar uma gota de água. A empresa inovou ao usar uma cera líquida, que ajuda a remover sujeiras sem arranhar a pintura.
O serviço é oferecido por meio de um aplicativo para celular. Nele, é possível solicitar o serviço 24 horas por dia, com ou sem agendamento – os prestadores vão até o cliente.
Ainda na área de tecnologia, às 15h, outra mesa avalia a relação entre o fluxo de dados digitais e o fluxo das águas. A sessão pretende reunir hackers para discutir soluções digitais para o setor de água no Brasil.
No painel também será apresentado o resultado de um "hackathon" – maratona de programação – realizado antes do 8º Fórum Mundial da Água. Nele, o público poderá conhecer uma "inovadora solução tecnológica para as águas". O conteúdo não foi informado.
No mesmo dia também está prevista a cerimônia de encerramento da 5ª Conferência Internacional de Autoridades Locais e Regionais, com o lançamento de um documento de "Chamada à Ação". O objetivo é apresentar recomendações ambientais a mais de cem prefeitos e autoridades locais que estarão no evento.
Durante a tarde, a sessão “Agricultura e serviços ecossistêmicos" deve apresentar propostas de como os produtores rurais podem "salvar rios e ainda lucrar". A mesa trará como destaque exemplos do Programa Produtor de Água, a maior experiência bem-sucedida em pagamento por serviços ambientais no Brasil.
O foco da iniciativa gerida pela Agência Nacional de Águas (ANA) é o estímulo à política de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), voltada à proteção hídrica no Brasil. Com o incentivo financeiro a produtores, o governo apoia projetos que visem a redução da erosão e melhorem a qualidade e a oferta de água.
Na terça (20), a implementação da iniciativa no DF foi destaque no espaço Expo do Fórum Mundial da Água, onde a obra foi lançada. O livro detalha a trajetória do projeto que beneficia cerca de 300 produtores rurais. No evento, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, destacou que "o projeto serve como piloto" para levar o ensinamento a outras bacias do DF.
A sessão "Recuperação de bacias hidrográficas - casos de referência nas regiões" também vai apresentar exemplos bem-sucedidos de projetos de recuperação de bacias hidrográficas em larga escala no Brasil, como a recuperação da Bacia do Rio Doce, do São Francisco e do programa "Cultivando Água Boa" de Itaipu.
O 8º Fórum Mundial da Água também terá o "1º Tribunal Internacional de Justiça pelas Águas (Moot Court)". A sessão vai simular um julgamento de Justiça pela água. A mesa será coordenada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin.
Esta é a primeira vez que o Poder Judiciário participa ativamente do evento. Nas outras edições do fórum, apenas o Executivo e o Legislativo estiveram reunidos para discutir a temática.
Ainda na quarta, a sessão "Do 7º ao 8º Fórum Mundial da Água" apresenta os resultados das 16 diretrizes resultantes do 7º Fórum Mundial da Água, realizado em 2015, na Coréia do Sul, e como as recomendações evoluíram em termos de implementação.
O objetivo da sessão, conforme explicaram os organizadores, é "evidenciar que o fórum não é apenas um evento que ocorre a cada três anos, mas sim, um processo contínuo".
Além dos debates e discussões no âmbito teórico, o fórum também serviu como espaço de arrecadação de doações para plantio de mudas nas margens do córrego Pipiripau.
Um estande instalado na Vila Cidadã, no estádio Mané Garrincha, permite que os visitantes doem a quantia mínima de R$ 20 para ser revertida no plantio de espécies nativas, como o ipê, nas margens e nas nascentes do ribeirão de Planaltina, no DF.
As espécies serão preparadas até que virem mudas e estejam prontas para o plantio na época do início das chuvas. A previsão é para os meses de setembro e outubro de 2018. Depois disso, serão levadas para propriedades rurais do projeto.
Esta é a oitava edição do Fórum Mundial da Água, realizado a cada três anos em um país diferente. A primeira edição ocorreu em 1997, em Marrakesh, no Marrocos, e a última em 2015, em Daegu, na Coreia do Sul.
O encontro deste ano traz o tema "Compartilhando Água". O objetivo, segundo os organizadores, é estabelecer compromissos políticos e incentivar o uso racional, a conservação, a proteção, o planejamento e a gestão da água em todos os setores da sociedade.
Em Brasília, o 8ª Fórum Mundial da Água reúne representantes de 175 países, entre cientistas, governantes, parlamentares, juízes, pesquisadores e demais cidadãos. A programação segue até sexta-feira (23).
Fonte: G1 DF
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