Três anos de um pacto pela conservação do Pantanal
As biofossas, além de solucionar a falta de saneamento da propriedade, evitam doenças e oferecem um fertilizante seguro para a produção © WWF-Brasil
Pouco tempo de atuação, mas centenas de resultados alcançados. Hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, o WWF-Brasil comemora três anos do “Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal”, movimento que tem por objetivo cuidar das águas da maior área úmida do planeta.
Durante esse curto período de tempo, uma ampla variedade de ações de conservação e recuperação foram executadas nas cabeceiras do Pantanal, em Mato Grosso, região onde nascem as águas responsáveis por alimentar a maior área úmida do planeta e que está em alto risco. Todas elas com foco nas nascentes e nos rios Jaurú, Sepotuba, Cabaçal e Paraguai, da bacia hidrográfica do Alto Paraguai, uma das mais importantes para o Pantanal e para sua sobrevivência.
Os números entusiasmam: 126 nascentes em processo de recuperação, sete viveiros florestais em funcionamento, mais de 150 quilômetros de estradas rurais ambientalmente adequadas, dois municípios – Mirassol D’Oeste e Tangará da Serra - eleitos pela Agência Nacional de Águas (ANA) para receber recursos financeiros para implementação de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), mais de 40 famílias beneficiadas com a instalação de biofossas nas zonas rurais, centenas de palestras educativas realizadas em escolas municipais e estaduais para orientar crianças e jovens sobre a necessidade de cuidar, preservar e reciclar e dezenas de ações de limpeza de rios em que foram retiradas, somente em 2018, mais de oito toneladas de lixo.
O analista de conservação do WWF-Brasil, Breno Melo destaca a importância da ação de todos os parceiros envolvidos para que seja possível a implementação dessas ações: “esse movimento, idealizado pelo WWF-Brasil e apoiado por nós há mais de seis anos, é de extrema importância para o Pantanal não só pelo trabalho de conservação de rios e nascentes que vem sendo feito, mas porque foi e ainda é capaz de engajar diferentes atores relevantes para o bioma”.
“Atualmente 49 entidades fazem parte do movimento, desde organizações da sociedade civil, prefeituras e empresas. Essa variedade de atores e de ações é um presente que os moradores da região oferecem para o Pantanal. E como idealizadores do projeto, nós do WWF, temos muito orgulho do que já foi feito e do potencial de conservação que temos pela frente”, completa Melo.
Graças à atuação articulada de todos as entidades participantes do Pacto, foram criados dois Comitês de Bacia Hidrográfica, o do rio Cabaçal e do rio Jaurú. “Dois organismos colegiados de extrema importância para a qualidade e a quantidade das águas do Pantanal. Uma vitória”, celebra Melo. “Também temos que destacar que muitos dos 25 municípios que fazem parte do Pacto criaram ao longo desses três anos seus conselhos municipais do meio ambiente e seus planos municipais de resíduos sólidos. São resultados muito importantes que causarão impactos muito positivos a médio e longo prazo”, afirma o analista do WWF-Brasil.
Como tudo começou
Tudo começou com um alerta. Em 2012, o estudo “Análise de Risco Ecológico da Bacia do Rio Paraguai”, realizado pelo WW-Brasil e parceiros identificou que a área das Cabeceiras do Pantanal – onde nascem as águas que alimentam a maior área úmida do planeta - estava sob alto risco, requerendo ações de recuperação e conservação urgentes. Desde então, surgiu a necessidade de criar um projeto para cuidar dos rios e nascentes da região. Três anos depois, em 2015, o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal era oficialmente lançado pelo WWF-Brasil e pelo governo do estado de Mato Grosso.
O que é o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal?
Depois de identificado o problema, uma região “produtora” de água em alto risco, o WWF-Brasil e parceiros locais de Mato Grosso, após dezenas de reuniões elaboraram um total de 34 ações de conservação como alternativas para solucionar os problemas da região. Desde então, cada entidade que deque aderir ao Pacto se compromete voluntariamente a implementar em sua localidade pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios. Essas ações vão desde a adequação ambiental de estradas rurais até 2020, a melhora do saneamento básica da zona rural por meio da instalação de biofossas, recuperação de áreas degradas e Áreas de Proteção Permanente (APPs) até a produção de estudos, pesquisas, cartilhas de boas práticas e uso adequado do solo e promoção de eventos para a troca de experiências positivas relacionadas à recuperação ambiental.
A área de atuação do Pacto abrange 25 municípios do Mato Grosso: Alto Paraguai, Araputanga, Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Curvelândia, Denise, Diamantino, Figueirópolis D´Oeste, Glória D´Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Porto Esperidião, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo Afonso, São José dos Quatro Marcos, Salto do Céu e Tangará da Serra.
Fonte: Por Renata Andrada, para o WWF
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