Estado Islâmico desiste de seu último reduto na capital síria

Segundo funcionário do governo, jihadistas têm até sábado, 21, para sair da região
20/04/2018 18:34 Mundo
AFP PHOTO / Rami al SAYED
AFP PHOTO / Rami al SAYED

Militantes do Estado Islâmico concordaram em desistir de seu último reduto na cidade de Damasco, capital da Síria, segundo informou a mídia estatal nesta sexta-feira, 20. A desistência acontece enquanto o regime de Bashar-Assad busca, pela primeira vez desde 2011, retomar toda a capital e as áreas ao redor.

A rendição se seguiu a uma semana de escalada das forças pró-governo contra o bairro Hajar al-Aswad, ocupado pelo grupo jihadista, e também contra o campo palestino de Yarmouk, em Damasco. As tropas bombardearam ambas as áreas e atacaram com artilharia. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) alertou que a violência crescente é uma ameaça para os cerca de 12 mil refugiados palestinos na região, que estão ali desde 1948.

Segundo informou a agência estatal de notícias Sana, os militantes do EI receberam a opção de permanecer e se conciliar com o regime ou de partir em um ônibus para o território ainda controlado por eles no leste da Síria. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos relatou "calma relativa" nos dois bairros após o anúncio do acordo. Em 2012, rebeldes sírios e desertores do Exército expulsaram as forças do governo de Yarmouk, em resposta à repressão crescente dos serviços de segurança do Estado contra protestos anti-Assad.

Forças pró-governo responderam, à época, colocando a região sob cerco, eventualmente cortando comida e água, além de terem bombardeado o local continuamente. Os moradores se mudaram para as áreas vizinhas e a população diminuiu dos cerca de 200 mil para alguns milhares atualmente, sem incluir os militantes do EI, que assumiram controle do local após uma batalha contra rebeldes em 2015.

Na quinta-feira, 19, o funcionário palestino Khaled Abdelmajid, de Damasco, disse que o governo daria dois dias para que os militantes deixassem Yarmouk e Hajar al-Aswad e entregassem o controle da região de volta ao regime sírio. / AP

Fonte: Estadão

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