Nova facção disputa com PCC lugar de Rafaat, diz polícia paraguaia
Um novo grupo criminoso, conhecido no Paraguai como Primeiro Grupo Catarinense, seria neste momento o maior rival do PCC (Primeiro Comando da Capital) na disputa pelo controle do tráfico de drogas e de armas na fronteira do Brasil com o Paraguai após a morte do chefão do narcotráfico, Jorge Rafaat Toumani, 56, na semana passada.
Apesar de policiais paraguaios apontarem no fim de semana como o sucessor de Rafaat um brasileiro de 32 anos, conhecido como Gallant, que usa pelo menos três identidades e mantém conexão com o PCC (Primeiro Comando da Capital), o chefe da Polícia Nacional Antinarcóticos, Arsenio Correa, afirma que quadrilhas que operam na fronteira seca entre os dois países desencadearam uma guerra para assumir o controle do tráfico de drogas e armas na região e preencher o vazio deixado por Rafaat.
“O principal beneficiário é o poderoso Primeiro Comando da Capital, mas não se pode descartar a participação de outros grupos, como Comando Vermelho ou Comando Catarinense”, afirmou Correa em entrevista nesta segunda-feira (20) ao jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai.
O grupo catarinense surgiu em 2001, na chamada “ala máxima” da penitenciária de Florianópolis, mas foi fundado dois anos depois, quando o Estado começou a transferir presos para a então recém-construída Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis.
Comparado pelo Ministério Público de Santa Catarina como uma organização típica da máfia, o PGC é financiado pelo tráfico de drogas e de armas, assaltos, furtos, resgate de presos, prostituição e mais recentemente agiotagem.
Pedra no sapato
Segundo o oficial paraguaio, o PCC sempre tentou reforçar sua presença na fronteira, mas tinha Rafaat como uma pedra no sapato, já que o chefão impedia, a tiros, a expansão da organização criminosa do lado paraguaio da fronteira. “Com a morte de Raffat, o PCC abre caminho para garantir as suas aspirações para controlar totalmente o tráfico de drogas e armas na área”, afirmou Correa.
"Rafaat não permitiu a entrada do PCC na área de Pedro Juan Caballero, já que lidava com todo o movimento naquela parte da fronteira. Teve uma eficiente rede de informantes que o mantinha ciente sobre qualquer membro da organização mafiosa que entrasse na zona de sua influência. Mesmo em alguns casos, os homens armados recorreram ao assassinato, para expulsar os concorrentes à bala”, disse Arsenio Correa.
Guerra por três anos
Segundo ele, durante pelo menos três anos, Jorge Rafaat travou uma guerra com o PCC pelo controle do narcotráfico e fornecimento de armas na região de Pedro Juan Caballero.
Apesar de Rafaat ser conhecido como chefe do narcotráfico e condenado no Brasil, a autoridade paraguaia disse que não havia provas das ações criminosas do empresário.
“Foi difícil encontrar evidências de uma ligação entre ele e o tráfico na fronteira, mas suspeita-se que trouxe grandes quantidades de cocaína da Colômbia e da Bolívia, via aérea, para em seguida enviá-las para outras regiões do mundo. Para fazer isso usava portos privados ou carregamentos clandestinos”, disse Correa ao jornal de Assunção.
Fonte: Helio de Freitas, do Campo Grande News
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