Pastor evangélico lança candidatura para eleições na Venezuela e se torna rival de Maduro
CARACAS - Um pastor evangélico venezuelano pouco conhecido lançou no domingo 18 sua candidatura para a próxima eleição presidencial na Venezuela, em um reflexo da influência religiosa crescente na política latino-americana.
“Quero tornar esta nação grande, quero trazer Jesus para esta nação, porque Jesus dignifica o coração de qualquer fiel”, disse Javier Bertucci, da organização religiosa O Evangelho Muda, em uma transmissão realizada pela internet.
O pastor concorrerá com o impopular presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que buscará a reeleição em abril em uma votação a qual grande parte da comunidade internacional descreve como favorável ao chavista. A oposição do país ainda não tomou uma decisão unificada quanto a participar ou não do processo.
Mas o sucesso do cantor evangélico Fabricio Alvarado na votação presidencial da Costa Rica e a ascensão de candidatos religiosos nas próximas eleições de El Salvador voltam a chamar atenção para os líderes evangélicos da América Latina.
Bertucci não tem experiência política conhecida ou grande renome na Venezuela. A entidade O Evangelho Muda descreve a si mesma como uma organização de voluntários sem fins lucrativos dedicada a transmitir valores cristãos.
O evangélico disse que a crise econômica do país - que está causando hiperinflação e escassez crônica de alimentos e remédios - pode ser resolvida “muito rapidamente”, e ressaltou que disposto a pedir a ajuda de outros países.
“Jesus mudou a história e nós também o faremos”, disse ele em um discurso que foi aplaudido por cerca de uma centena de seguidores, alguns dos quais pareciam à beira das lágrimas. “Hoje iniciamos uma corrida que venceremos.”
Maduro tem afirmado que vencerá a eleição do dia 22 de abril e governará até 2025. A oposição defende que o pleito foi convocado sem antecedência suficiente para garantir uma campanha justa ou para que se instaurem mecanismos para evitar fraude ou intimidação nas urnas. A Colômbia já anunciou que não reconhecerá os resultados da votação.
Maduro, um ex-motorista de ônibus e líder sindical, disse que o país é vítima de uma “guerra econômica” liderada pela oposição com a ajuda de Washington, que em 2017 impôs várias sanções contra seu governo. / REUTERS
Fonte: Estadão
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