Senado paraguaio descarta intervenção militar para combater violência na Fronteira
Em votação nesta quinta-feira (30), o Senado do Paraguai decidiu descartar a intervenção militar no Departamento de Amambay, na fronteira com o Brasil. A possibilidade foi levada à pauta com o intuito de conter a guerra entre criminosos, intensificada com a execução do chefe do narcotráfico na região, Jorge Rafaat Toumani, no dia 15 deste mês.
A proposta para declarar estado de exceção em Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, onde Rafaat foi morto a tiros de metralhadora antiaérea calibre 50, recebeu parecer contrário da Comissão dos Assuntos Constitucionais do Senado da República do Paraguai.
Durante a discussão do tema, o presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais do Senado, Fernando Lugo, afirmou que o presidente do Paraguai Horácio Cartes se beneficiou das modificações da lei de Defesa Nacional de Segurança Interna, desde o início de seu mandato para enfrentar os grupos criminais.
Segundo informações do site Última Hora, há uma lei sancionada em 2013 que autoriza o uso das forças armadas para atuarem em conflitos internos que ocorram nos estados de San Pedro, Concepción e Amambay, sem a necessidade de declarar estado de emergência.
Os senadores Miguel Abdon Saguier e Fernando Silva Facetti, ambos do Partido Liberal, se referiram a necessidade de aprovar a ferramenta constitucional devido a comoção que se formou em Pedro Juan Caballero. Segundo eles, "a paz deve ser restaurado nessa área que agora " é uma terra de bandidos, criminosos e assassinos" .
"É um dever evitar que Amambay se torne um Estado falido e só pode ser definida com o uso de armas e força", disse Silva Facetti . Além disso, acrescentou que no local até os próprios promotores têm medo .
Pode piorar – Diversos setores do governo e das próprias forças armadas apontam que a intervenção militar iria piorar a situação em Amambay, principalmente para os moradores, já que poderia iniciar uma guerra entre o Estado e os traficantes.
Além disso, a situação poderia afetar ainda mais o comércio em Pedro Juan Caballero, que já sofre com a queda nas vendas em função do dólar alto no Brasil e também por causa dos atos de violência no lado paraguaio.
Fonte: Priscilla Peres, do Campo Grande News
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