Agepen investiga uso de celulares nos presídios de Campo Grande

14/05/2014 10:03 Policial
Divulgação
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A Agência de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) abriu procedimento para investigar o uso de celulares dentro do Instituto Penal de Campo Grande, mesmo com a instalação de equipamentos que bloqueiam o sinal de telefones no local. A medida foi adotada depois de Walfrido Gonzales Filho confessar cerca de 40 golpes de estelionato, aplicados de dentro do presídio.
O detento foi ouvido na última quinta-feira (8) pela Polícia Civil. Em depoimento, ele relatou que as ligações foram feitas de um telefone via satélite, que não sofre interferência dos bloqueadores. O golpista contou ainda que comprou o celular e que o aparelho foi entregue à ele por uma pessoa. O objeto foi jogado por cima do muro do Instituto Penal.
"Quando os telefones ainda funcionavam eu já providenciei comprar um aparelho via satélite porque esse sinal bloqueia apenas por rede. A pessoa antes de bloquear foi e me entregou o aparelho", contou.

A diretoria da Agepen disse desconhecer que o detendo usava celular via satélite dentro do presídio. O órgão encaminhou ofício à Polícia Civil e pediu informações sobre o caso, inclusive o número do celular que foi usado por Walfrido.
Após o depoimento, o detento foi transferido do Instituto Penal de Campo Grande para o Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, também na capital sul-mato-grossense.
Golpes
Segundo a Polícia Civil, nos hospitais, o homem conseguia dados dos pacientes e depois ligava para as famílias dizendo que era preciso comprar um medicamento ou fazer um exame que o plano não cobria. Ele convencia as pessoas a fazerem depósitos bancários.
Em entrevista à TV Morena, Valfrido explicou como agia para enganar familiares de pacientes internados. "Ligo no hospital me identifico como um médico na recepção da internação, pego os dados do paciente no hospital, os apartamentos e respectivos médicos também, e ligo e me passa como médico lá no apartamento", explicou Valfrido.
Conforme o delegado responsável pelas investigações, o acusado tinha acesso aos familiares de pacientes. "Muitos dos crimes que o Valfrido acaba praticando é porque ele tem acesso direto ao paciente através de uma discagem direta de ramal. Então o hospital tem que dar uma monitorada para saber com quem esse familiar está conversando", orientou o delegado.
O prejuízo às vítimas que fizeram boletim de ocorrência chega aos R$ 120 mil, mas a polícia acredita que o valor pode chegar a R$ 400 mil, já que muitos nem chegaram a registrar o caso. O relatório com o resultado da investigação deve ser encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE-MS) nos próximos dias.

Fonte: G1 MS

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