Alunos da PUC são investigados por incentivar o estupro

15/05/2015 21:08 Policial
Estudantes protestam contra mensagem de apologia ao estupro na PUC-Sorocaba.. Reprodução/Facebook
Estudantes protestam contra mensagem de apologia ao estupro na PUC-Sorocaba.. Reprodução/Facebook

A direção da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em Sorocaba, está investigando uma denúncia de supostas mensagens trocadas entre alunos veteranos do curso de medicina e que fazem apologia ao estupro.

As mensagens trocadas pelo WhatsApp seriam sobre a festa “Jantar dos Padrinhos”, com o tema “50 Tons de Cinza”. A comemoração teria sido oferecida por veteranos da PUC para alunas do primeiro ano do curso de medicina.

Segundo comunicado divulgado pela universidade, a FCMS já tomou conhecimento do assunto e confirmou que nos textos há expressões vulgares e referência ao estupro. A instituição pretende levar o caso a outras instâncias da universidade, competentes a adotar medidas cabíveis, caso sejam necessárias.

Denúncia
Uma comunidade no Facebook, batizada de Coletivo Não me Kahlo PUC – Sorocaba, teria sido responsável pela divulgação das fotos das trocas pelos alunos e denúncia do caso.

No último domingo, uma nota de repúdio sobre as declarações foi divulgada na página da rede social.

“O Coletivo Feminista Não me Kahlo manifesta repúdio às declarações machistas de alunos da turma LXIV em relação às calouras que estariam presentes no "Jantar dos Padrinhos", um evento que seria de integração entre veteranos e alunas do primeiro ano”.

Na nota, elas ainda destacaram que piadas envolvendo estupro, como mecanismo de perpetuação dessa cultura, não podem ser aceitáveis.

“Ela diminui e menospreza o sofrimento da mulher, tornando-a ainda mais vulnerável. Não podemos nos omitir e tratar essa manifestação do machismo como uma brincadeira inofensiva”, afirmou a comunidade.

Investigação
A PUC afirmou que o material divulgado sobre a festa será anexado à Comissão Sindicante já em curso dentro da universidade, que visa apurar casos de violência relatados na CPI Violações dos Direitos Humanos nas Faculdades Paulistas, da Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Reiteramos que temos como missão educativa a formação de cidadãos que atuam com ética e respeito à dignidade humana, nas esferas profissional, pessoal e pública. Nesse sentido, a universidade enfatiza, novamente, o absoluto repúdio a todo ato de violência, preconceito ou submissão”, disse a instituição.

 

Fonte: Daniela Barbosa Daniela Barbosa, de EXAME.com

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