Alvo da operação Fantoche, presidente da Fiems quer 4ª mandato consecutivo
Sérgio Longen, durante eleição da diretoria em 2015, tenta permanecer no comando da milionária Fiems.
Investigado pela PF (Polícia Federal) na operação Fantoche, o empresário Sergio Marcolino Longen busca o quarto mandato consecutivo à frente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), que é responsável por dois entes do Sistema S: Sesi (Serviço Social da Indústria) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Este último com previsão orçamentária de R$ 101 milhões para 2019.
Longen comanda a federação desde 2007, acumulando três mandatos, numa das características do Sistema S: perpetuação dos diretores no poder.
Cumprindo o estatuto social, a Fiems divulgou nesta sexta-feira (primeiro de março) o registro da chapa MS+, com eleição da diretoria para o quadriênio 2019 a 2023. O registro não detalha a data da eleição e nem se a chapa é única.
Já pedido de impugnação da candidatura deve ser feita na secretaria Fiems no prazo de cinco dias, contado a partir de hoje.
Natural de Toledo (Paraná), Longen é empresário do segmento industrial de alimentos e com unidades produtivas em Campo Grande, João Pessoa (Paraíba) e Assunção (Paraguai). Ele comanda a Fiems desde 2007, com três eleições sucessivas.
Antes dele, a federação foi presidida por Alfredo Fernandes, que ficou no cargo de 1999 a 2007. Jorge Elias Zahran foi mais longevo na função: 20 anos, no período entre 1979 a 1999. A reportagem solicitou à assessoria de imprensa informações sobre a data da eleição e se foram inscritas chapas concorrentes, mas os dados não foram fornecidos.
Fantoche – Liderada pela PF (Polícia Federal) de Pernambuco, a operação cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Fiems, a Casa da Indústria, localizada na avenida Afonso Pena, bairro Amambaí, em Campo Grande.
A outra ordem era para ser cumprida na residência de Longen, mas a PF foi ao endereço antigo do empresário, no bairro Royal Park.
A 4ª Vara da Justiça Federal de Recife (PE) determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e bloqueio de bens do presidente da Fiems. São 24 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, que terão bloqueio até o montante de R$ 400 milhões, valor calculado do prejuízo.
A quebra do sigilo bancário de todos os bens, direitos e valores mantidos em instituições financeiras abrange o período de primeiro de fevereiro de 2012 a 23 de janeiro de 2019.
Também estão nesta lista órgãos que tiveram contratos executados com o Sesi em Mato Grosso do Sul: Instituto Origami, Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania e IPCB (Instituto de Produção Socioeducativo e Cultural Brasileiro).
Esquema - O Ministério do Turismo fazia convênio com oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), uma espécie de organização não governamental, que recebia cotação de preços simulada com três empresas.
A cotação era simulada, apenas para constar que houve concorrência. A vencedora executava o objeto do convênio, por vezes, parcialmente, acima do valor de mercado do produto contratado.
A operação foi realizada em Pernambuco, Nova Lima (Minas Gerais), Maceió (Alagoas), Campina Grande (Paraíba), São Paulo, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. Foram 47 mandados de busca e apreensão e dez ordens de prisão temporária.
Segundo o presidente da Fiems, que concedeu entrevista coletiva no dia da operação Fantoche, foram recolhidas informações sobre projetos desenvolvidos entre 2010 e 2014. Segundo Longen, 100% dos projetos foram licitados e executados na totalidade, com acompanhamento da CGU (Controladoria-Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União).
Fonte: Aline dos Santos / Campo Grandes News
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