Alvo de operação deu R$ 2 bilhões em cheques sem fundo “na praça”, diz PF
Policiais federais e agentes da receita no dia das buscas na empresa Company (Foto: Guilherme Henri)
O quarto alvo da Operação Ouro de Ofir, Sandro Aurélio Fonseca Machado passou cerca de R$ 2 bilhões em cheques sem fundos. A cifra deixou a polícia “assustada” e, inclusive, se suspeitou que fosse um novo golpe. Um dos cheques passados pelo investigado era de R$ 230 milhões.
Sandro foi preso na semana passada em Brasília (DF). Ele é apontado pela Polícia Federal como o quarto “cabeça” do esquema que fez pelo menos 25 mil vítimas em todo o país, prometendo lucros absurdos a partir de investimento de R$ 1 mil.
As informações são do responsável pela investigação, o delegado Guilherme Guimarães Farias. Conforme ele, na primeira investida, que foi um mandado de condução coercitiva, o suspeito não foi encontrado no Distrito Federal.
Depois disso, diante do golpe dos cheques, teve o pedido de prisão preventiva, que foi decretada pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
Conforme o delegado, o investigado aplicava o golpe do cheque quase da mesma maneira que a organização agia. Passava o cheque com cifras absurdas e em troca pedia uma contrapartida inicial de R$ 1 mil. “Depois acontecia o óbvio, o cheque estava sem fundos”, afirma Guilherme.
Para dar credibilidade ao golpe, o suspeito atrelava o nome dele a políticos e empresários conhecidos. “Ele dizia ser sobrinho de políticos, como José Sarney e até próximo do Meirelles”, revela o delegado, a se referir ao executivo da área financeira e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Sandro permanecerá preso em Brasília. Enquanto isso os outros investigados Anderson Flores de Araújo, Sidney Anjos Peró e Celso Éder Gonzaga de Araújo - apontado como o chefe do esquema - estão presos em Campo Grande.
Manual - A Ouro de Ofir virou base de um manual para vítimas. Com 59 páginas, o informativo foi produzido por um grupo que se autointitula “A Verdade”, formado por pessoas enganadas, e reúne resposta do delegado responsável pela operação.
Golpe - A operação investiga organização criminosa que vende ilusão: a existência de uma suposta mina de ouro cujos valores, repatriados para o Brasil, são cedidos, vendidos ou até mesmo doados mediante pagamento.
Em geral, o investimento inicial era de mil reais para um resgate financeiro futuro de R$ 1 milhão. Mas há quem tenha investido R$ 500 mil.Ouro de Ofir, nome da operação, é baseado em uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza.
Fonte: Guilherme Henri e Aline dos Santos / Campo Grandes News
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