Boeing da Malaysia Airlines desaparece com 239 pessoas a bordo
Vários países asiáticos buscam neste sábado, 8, um Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines que desapareceu com 239 pessoas a bordo quando seguia de Kuala Lumpur para Pequim.
Mais de quatorze horas após ter perdido o contato com a aeronave, as autoridades não conseguiram localizar o voo MH370, no qual viajavam 227 passageiros e 12 tripulantes de quatorze nacionalidades.
De acordo com o governo vietnamita, o avião perdeu contato com o controle de tráfego aéreo perto da província de Ca Mau, no extremo sul do país.
A aeronave deveria ter contactado a torre de controle da cidade de Ho Chi Minh, mas não o fez.
Segundo a companhia aérea, o avião não alertou qualquer problema durante o trajeto.
Rapidamente, o ministério da Defesa vietnamita lançou uma missão de socorro em coordenação com a Malásia e a China.
Pequim ordenou seus navios de patrulha para que rastreassem a área, enquanto a Malásia mobilizou um avião, dois helicópteros e quatro navios para realizar as buscas em uma área do Mar da China Meridional.
Por sua vez, as Filipinas enviaram três navios da Marinha e aviões de vigilância, e Singapura uma aeronave em missão de busca.
A companhia avisou aos familiares dos passageiros que devem se preparar para o pior.
O avião, um Boeing 777-200, deixou Kuala Lumpur logo após a meia-noite de sexta-feira, com previsão de chegada a seu destino às 06h30 de sábado, no horário local (19h30 de sexta, em Brasília).
O voo passaria ao controle de tráfego aéreo de Ho Chi Minh às 17H22 GMT (14H22 Brasília), mas jamais apareceu.
"Nossos pensamentos e orações estão com os passageiros envolvidos, a tripulação e os membros de suas famílias", declarou o diretor da companhia Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari.
"Nossa prioridade agora é trabalhar com as equipes de resgate e as autoridades", acrescentou.
Segundo a Malaysian Airlines, o Boeing transportava 227 passageiros e 12 tripulantes, de 13 nacionalidades, incluindo 153 chineses, 38 malaios, 7 indonésios, 6 australianos, quatro americanos, quatro franceses, dois canadenses, dois ucranianos, dois neozelandeses, um austríaco, um russo, um holandês e um taiuanês. Havia duas crianças a bordo.
"Estamos muito preocupados com estas informações", declarou o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em um comunicado.
"Esperamos que todos eles estejam salvos. Estamos fazendo tudo o que pudermos para obter mais detalhes", acrescentou.
O ministro francês dos Transportes, Frédéric Cuvillier, ofereceu neste sábado às autoridades vietnamitas e malaias ajuda da França nas buscas do Boeing 777 desaparecido.
"O Gabinete de Investigação de Acidentes está à disposição para fornecer ajuda", indicou o ministério da AFP.
No Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, os familiares dos passageiros esperam ansiosamente notícias.
Hamid Ramlan, um policial da capital da Malásia, disse que no voo viajavam sua filha de 34 anos e seu genro de 24, para passariam as férias em Pequim.
"Minha esposa não para de chorar. Todo mundo está triste. Minha casa tornou-se um lugar de luto", disse ele. "É a vontade de Deus, temos de aceitá-la".
Em Pequim, os familiares dos passageiros também esperavam por notícias.
"Eles são inúteis. Não sei por que você não dão nenhuma informação", disse um jovem indignado, referindo-se à companhia aérea.
A Malaysia Airlines (MAS) é considerada uma das companhias mais seguras da região, com registro de poucos acidentes.
O mais grave foi em 1977, quando um avião caiu no sul da Malásia, matando os 93 passageiros e os sete membros da tripulação.
Um novo acidente seria uma péssima notícia para a empresa, que vem há anos perdendo dinheiro, frente a concorrência de companhias de baixo custo como a AirAsia.
Malaysia Airlines, que em 2012 admitiu estar "em crise", registrou nos últimos três meses de 2013 seu quarto trimestre consecutivo de perdas.
Fonte: AFP
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