Carro roubado leva Choque a estourar sede do PCC na Capital
O que era para ser uma simples ocorrência de encontro de um Chevrolet Cobalt roubado levou policiais militares do Batalhão de Choque (tropa de elite) a desmantelar uma das sedes na Capital do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas nas fronteiras de Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia, na madrugada de sábado (2).
Seis integrantes da quadrilha, quatro homens e duas mulheres, foram presos. Sobre eles, a suspeita de executarem um membro de bando rival, além de serem os responsáveis por caçarem os 'inimigos' em Campo Grande.
Segundo a PM, a ocorrência começou na cidade vizinha de Sidrolândia. Policiaisa locais flagraram homem de 25 anos no veículo, roubado na noite anterior no bairro Tiradentes, região leste da Capital.
Levado à delegacia de Sidrolândia, Silveira entregou o endereço onde teria conseguido o veículo: uma casa no Jardim Noroeste, também na região leste campo-grandense. Ele tinha a missão de ir buscar drogas no Paraguai para abastecer pontos de vendas da Capital. Cinco pessoas foram localizadas: duas mulheres, de 23 e 36 anos, além de outros três comparsas, de 25, 22 e 40.
As surpresas pera os policiais do Choque que foram ao local começaram logo cedo. Uma das mulheres portava o revólver calibre ponto 38, municiado. Não era a única arma no local. Também foram encontrados duas pistolas calibre 9 milímetros carregadas, silenciador e dois carregadores de submetralhadora do mesmo calibre.
Na casa da família de um dos suspeitos foram encontrados também, máquina de solda, esmerilhadeira, estepe e o banco traseiro do veículo subtraído.
Execuções
Mais do que um mero paiol, a real condição do local fora descoberta quando os PMs localizaram em um móvel da casa a cópia atualizada de um estatuto do PCC, escrita à mão, datada de 29 de maio e com assinaturas de torres (como são chamados os líderes da facção).
Em outro documento apreendido, um relato importante e impressionante, de Jamsonn Luiz Cordeiro, 19, cujo corpo foi localizado no dia 30 de maio, no mesmo bairro da casa.
De acordo com o relato em primeira pessoa da propria vítima, ele foi executado naquele mesmo dia pelo grupo preso nesta madrugada, com um tiro na cabeça, depois de postar uma foto nas redes sociais, usando o nome falso de Igor, e fazendo o sinal do Comando Vermelho, facção criminosa original do Rio de Janeiro, rival do PCC no controle do tráfico da fronteira.
Não foi só. Nos mesmos papeis, que a facção chama de 'ata' e que seriam repassados aos 'torres' do Estado e até da alta cúpula, escondidos no Paraguai, Cordeiro repassou informações como nomes, apelidos ('vulgos') e endereços de quem estaria revendendo drogas e armas ao Comando Vermelho de Mato Grosso do Sul, o que tornaria a casa do Noroeste a sede dos 'disciplinas' do 'partido' (como integrantes do PCC chamam a facção) na Capital. O caso continuará sendo investigado.
Todos os detidos foram encaminhados à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) da região central e responderão por homicídio simples, porte ilegal de arma, receptação e formação de quadrilha.
Fonte: Correio do Estado
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