Desembargador libera PMs presos, mas manda ficar em serviços internos

23/01/2016 00:51 Policial
Policiais em frente à delegacia de Campo Grande (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS).
Policiais em frente à delegacia de Campo Grande (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS).

Liminares do Tribunal de Justiça concederam, nesta tarde, liberdade aos três policiais militares que foram presos na terça-feira à noite, pela Corregedoria da Polícia Militar, durante uma abordagem a um adolescente de 15 anos, que tentava fugir em uma motocicleta.

As decisões foram dadas pelo desembargador Carlos Eduardo Contar. Ele substituiu a prisão por outras medidas restritivas, entre elas a determinação de que os policiais fiquem apenas em serviços internos.

O magistrado também determinou que eles não se ausentem da cidade e que fiquem longa da vítima, sem contato pessoal ou por “terceiras pessoas”.

A prisão dos policiais provocou revolta nas corporações policiais, inclusive com protesto. O garoto tem passagem por furto e estupro e o pai dele, que mobilizou a denúncia, é processado por estelionato.

O presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Edmar Soares, informou que está indo ao Tribunal de Justiça para agilizar a liberação dos colegas.

Entenda como foi
Os três policiais militares, lotados no 1º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande, foram presos em flagrante após abordagem do adolescente na última terça-feira (19). Conforme a denúncia, uma viatura da PM fazia rondas na tarde desta terça-feira (20), quando abordou dois rapazes, sendo um deles o adolescente em questão, em “atitudes suspeitas”. Segundo relatado no processo, o rapaz que já tem passagens pela polícia, desceu do veículo enquanto o piloto da moto fugiu.

De acordo com a Corregedoria, a viatura foi atrás do motociclista, não conseguiu alcançá-lo e então retornou e abordou novamente o adolescente. Na abordagem, os policiais teriam levado o jovem até um local ermo e tentado obrigar o adolescente a revelar o paradeiro do comparsa. Em relato à Corregedoria, o menor afirmou que sofreu agressões por três dos quatro militares que estavam na viatura, sendo pressionado a dizer o endereço do rapaz que pilotava a motocicleta. O garoto então passou o endereço da própria casa, foi colocado na viatura e levado ao local, uma residência no Jardim Imá, região oeste da Capital. Conforme informado pela família do adolescente, após perder a viatura de vista, o pai,  ligou para o 190, contando a situação, momento em que a Corregedoria da PMMS foi acionada e o caso reportado.

Algum tempo depois, o garoto, que foi deixado nas proximidades do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), voltou para casa e foi até a Corregedoria acompanhado do pai. Os policiais negaram tudo, mas acabaram presos por conta do depoimento da vítima e de testemunhas.

 

Fonte: Marta Ferreira, do Midiamax

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