Ex-secretários e empresários são transferidos para presídio em MS

17/05/2016 15:38 Policial
Cento de Triagem fica ao lado do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.
Cento de Triagem fica ao lado do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.

Os quatro que continuam presos durante a segunda fase da operação Lama Asfáltica foram transferidos na tarde de ontem (16) para o Centro de Triagem “Anízio Lima” que fica ao lado do Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande. Eles estão presos desde o dia 10 de maio e estavam na Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar).

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O empreiteiro João Amorim, o ex-deputado federal Edson Giroto (PR), o ex-diretor da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), Wilson Roberto Mariano de Oliveira, e o empresário do interior de São Paulo, Flávio Henrique Garcia, estão juntos em uma cela com outros 20 detentos, que têm formação superior.

Segundo o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa, a cela tem chuveiro de água quente, televisão e está com lotação máxima. Eles vão receber três refeições diárias - café da manhã, almoço e janta - e terão direito a banho de sol.

Os quatro tiveram a prisão temporária convertida em preventiva – quando não há prazo final – no último sábado. Além deles, também tiveram a prisão preventiva decretada a filha do ex-prefeito de Paranaíba, Mariane Mariano, por estar em fase de amamentação, a advogada Raquel Giroto, mulher do ex-deputado federal Edson Giroto (PR), por ela ser advogada e ter uma filha de 7 anos, Elza Cristina Araújo dos Santos, advogada, secretária e sócia de João Amorim e Ana Paula Amorim, filha de Amorim presa no Rio Grande do Sul. Elas conseguiram o benefício da prisão domiciliar.

No último sábado (14) terminou o prazo da prisão temporária e foram libertados a ex-diretora-presidente da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), Maria Vilma Casanova Rosa, Ana Cristina Pereira da Silva, Evaldo Furrer Matos, Renata e Ana Lúcia Amorim, filhas de Amorim. O ex-servidor da Agesul, Hélio Yudi, deixou a delegacia na sexta-feira (13).

Salas específicas
Para manter o mais absoluto sigilo sobre o teor da documentação apreendida na operação Lama Asfáltica, 2 salas foram "criadas" para análise e depósito do material apreendido, conforme explicou o chefe da Controladoria-Geral da União (CGU-MS), José Paulo Juliete Barbieri.

Além de documentos, dólares e reais em espécie, veículos e dois aviões foram apreendidos. Houve ainda o bloqueio de R$ 43 milhões dos R$ 195 milhões identificados como recursos desviados.

Durante as buscas, responsáveis constataram ainda o investimento de 67 mil hectares em imóveis rurais. Já na área urbana, os envolvidos montaram empresas e adquiriram bens.

Foram ao todo 15 presos, entre servidores considerados “fundamentais para o esquema”, segundo a polícia, além de empresários e outros suspeitos. Até o momento, 24 pessoas são investigadas. Das prisões, são 8 mulheres e 7 homens.

Investigação
As investigações sobre o suposto esquema de corrupção teve início em 2013. Na primeira fase da apuração, foi verificada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos.

Em análise a material apreendido na primeira fase da operação, a CGU e a Receita Federal verificaram indícios de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação  de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.

Primeira fase
No último mês de fevereiro, o Ministério Público do Estado (MP-MS), denunciou 40 pessoas por envolvimento em corrupção em obras públicas de Mato Grosso do Sul. Esses denunciados tinham sido investigados pela PF. Na época, R$ 84 milhões em bens foram bloqueados.

A operação foi deflagrada em 9 de julho de 2015, cumprindo 19 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e em empresas que tinham contratos com o poder público.

A PF e a Receita Federal também foram à Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). De acordo com o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, quatro servidores foram afastados na época.

Na lista de obras investigadas na primeira fase estão o Aquário do Pantanal e as rodovias MS-171, MS-228 e MS-187. Todas foram executadas na administração de André Puccinelli (PMDB). Na época, a assessoria do ex-governador informou que "todas as contratações seguiram rigorosamente a legislação vigente e aplicável ao caso" e "os pagamentos efetuados foram feitos após verificação dos fiscais de cada uma das obras.

 

Fonte: G1

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