Exército 'sitia' cidade perto da fronteira com Paraguai para operação

Ação envolve 500 pessoas e 148 veículos em Laguna Carapã.
22/05/2018 21:14 Policial
Veículos do Exército usados em operação no sul do Estado - Nicanor Coelho/Correio do Estado
Veículos do Exército usados em operação no sul do Estado - Nicanor Coelho/Correio do Estado

Tropas do Exército Brasileiro, com efetivo de 500 pessoas e 148 veículos, sitiaram a cidade de Laguna Carapã, de pouco mais de 7 mil habitantes, como exercício para testar a eficiência do Sistema Integrado de Monitoramento (Sisfron) por volta das 16h40 desta terça-feira (22). A proposta desse aparelhamento é melhorar a fiscalização nas fronteiras do Brasil, sendo que o projeto-piloto de implantação acontece em Mato Grosso do Sul.

O posto de comando dessa operação, batizada de Furacão, fica em Caarapó, e todas as ordens de ação são transmitidas a partir de sistema de comunicação própria, que faz parte do Sisfron. Ao todo, 10 generais atuam no gerenciamento da operação.

A simulação contou com o uso de tanques, homens armados e outros veículos. Na prática, o município de Laguna Carapã enfrenta problemas com o tráfico de drogas por estar próxima da fronteira com o Paraguai e ficar no meio de rotas tanto de traficantes como de contrabandistas de cigarro e outros produtos.

Nessa operação, tratada como avaliação de equipamentos, não há foco na prisão de suspeitos ou apreensão de drogas ou mercadorias ilegais, explicou o Exército Brasileiro.

O trabalho de teste do Sisfron começou na segunda-feira (21) e vai até quinta-feira (24) em várias regiões próximas a Dourados, cidade onde está sediada a base do sistema de monitoramento.

Em 2016, o então ministro da Defesa, Raul Jungmann, hoje comandando o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, defendeu que a presença do Exército nas fronteiras era a forma mais efetiva de garantir bloqueio contra o crime organizado. Também ressaltou que o Sisfron auxiliaria nesse trabalho. 

No ano passado foi anunciado investimento de R$ 470 milhões para as operações na fronteira, incluindo aparelhamento do sistema, que funciona com radares, torres, sensores e antenas de comunicação. Essa estrutura permite até mesmo videoconferência em tempo real a partir do campo de atuação de soldados para uma sala de comando.

SISFRON

Com 16 mil quilômetros de fronteiras no Brasil, o Sisfron começou a ser implementado em 2010. Há equipamentos como antenas e centro de operações – onde as informações produzidas na fronteira serão gerenciadas. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul serão 64 antenas e mais 60 de Cuiabá até o sul do Estado; além da construção de cinco centros de operações nos dois Estados citados.

O investimento total no projeto está orçado em R$ 12 bilhões, sendo que o piloto, que faz parte do Comando Militar do Oeste – abrangendo MS e MT – tinha previsão de ser finalizado em 2016, mas por falta de recursos houve atrasos. Também não será mais possível cumprir a meta de ter toda a fronteira brasileira monitorada até 2021.

VEJA O VÍDEO

Fonte: RODOLFO CÉSAR E NICANOR COELHO, DE LAGUNA CARAPÃ / Correio do Estado

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