Fazenda é invadida por índios e funcionários relatam que ficaram reféns
Indígenas foram registrados momentos antes da invasão à fazenda Santa Maria, neste domingo (26). (Foto: Direto das Ruas)
Cerca de cem índios da etnia Guarani Kaiowá invadiram, neste domingo (26), a sede da Fazenda Santa Maria, localizada em Caarapó, a 283 quilômetros de Campo Grande. Segundo moradores da propriedade, houve bastante tumulto e seis funcionários foram feitos reféns, que acabaram sendo liberados após negociação com a Polícia Militar.
De acordo com uma moradora, identificada como Jucimara, os funcionários tentaram evitar a ocupação, mas houve muita resistência por parte dos indígenas.
“Foi desesperador, porque os índios chegaram ateando fogo. Pegaram funcionários de refém. Fomos expulsos, sem nem conseguir pegar nossos pertences e agora não sabemos o que fazer”, diz.
Ela conta que, com o tumulto, os funcionários da fazenda acionaram as forças policiais. Foram encaminhados três camburões da PM, sendo dois de Dourados e um de Laguna. Cada viatura de Dourados tinha quatro policiais, e mais dois na viatura de Laguna, mas eles não conseguiram evitar. Parecia que era pouco policiamento”, afirma.
Com a chegada da polícia, houve negociação para liberação dos reféns, mas a Polícia nos impediu de buscar nossos pertences. Conseguimos uma camionete para fazer a retirada de bens, mas não conseguimos passar da porteira”, relata.
Em julho do ano passado, os mesmo indígenas já haviam tentado invadir a fazenda, mas recuaram após a chegada de homens da Força Nacional e policiais militares do destacamento de Caarapó.
A propriedade fica no território Dourados Amambai Peguá I, identificado pela Funai em maio do ano passado. Localizada nos municípios de Amambai, Caarapó e Laguna Carapã, a área tem 55.590 hectares.
Desde junho de 2016, quando entraram na fazenda Yvu – palco de confronto que deixou índio morto e seis feridos a bala – os moradores da aldeia Tey Kuê já ocupam 17 propriedades vizinhas da reserva.
A equipe não conseguiu contato com a Polícia Militar para falar do assunto.
Fonte: Anahi Gurgel e Helio de Freitas / Campo Grandes News
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