Homem morto em Amambai testemunhou assassinato de chefão do tráfico
Wilian Manrubia Gomes, 41, o Nicolau, executado a tiros por pistoleiro na noite de terça-feira (10) em Amambai, no sul do Estado, era testemunha do assassinato do pecuarista Luiz Carlos Gregol, o “Tatá”, apontado como um dos chefões do tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai.
Foi a polícia que descobriu o fato ainda na noite de terça, hora depois da execução de Wilian Gomes, ocorrida na Rua José Luiz Sampaio Ferraz, na Vila Gisela, em Amambai.
O nome dele aparece no boletim de ocorrência 1545/2018 como testemunha do assassinato de Tatá Gregol. O pecuarista foi executado por pistoleiros dentro de sua caminhonete no dia 5 de novembro do ano passado, no centro de Amambai.
Policiais da fronteira afirmam que Tatá estava envolvido em uma guerra com o Bando do Zacarias, um dos traficantes mais temidos da região de Paranhos, cidade a 469 km da Capital e a 100 km de Amambai, em região também dominada pelo narcotráfico.
Candidato a vereador pelo DEM em Maracaju em 2008, quando teve 147 votos, Wilian Gomes, segundo informações levantadas pela polícia, trabalhava com venda de veículos em Amambai. A ex-mulher relatou à polícia que Wilian tinha muitas dívidas.
Por volta de 19h20 de ontem, ele estava em frente à sua casa quando foi surpreendido pelo pistoleiro e atingido por vários de pistola calibre 9 milímetros.
Socorrido ao hospital local pelo Corpo de Bombeiros, ele morreu em seguida. A polícia recolheu quatro cápsulas de pistola 9 milímetros no local do crime. O médico de plantão que atendeu a vítima informou aos policiais que Wilian foi atingido por três tiros.
Câmeras – Testemunhas relataram à polícia terem visto deixando o local do crime um homem de estatura baixa e usando camiseta vermelha e boné branco. Ele correu em direção à Rua Benjamin Constan e no cruzamento com a Rua José Alves Cavalheiro teria entrado em carro escuro que deixou o local em alta velocidade.
Os policiais civis fizeram buscas nos arredores do local do crime e verificaram imagens de câmeras de segurança instaladas na rua mostrando o pistoleiro entrando em um Gol branco. Até agora não há outras pistas dos matadores.
Tatá Gregol – Na tarde de 5 de novembro do ano passado, o pecuarista Luiz Carlos Gregol, o Tatá, foi executado a tiros quando circulava pela área central em sua caminhonete Toyota Hilux prata. Apontado como membro do crime organizado na fronteira com o Paraguai, Tatá era suspeito de ter ordenado a chacina com cinco mortos e dois feridos, em 19 de outubro de 2015, em Paranhos.
Morreram na chacina Bruno Vieira de Oliveira, 26, Mohamed Youssef Neto, 31, Rodrigo da Silva, 28, Denis Gustavo, 24, e Arnaldo Andres Alderete Peralta, 32. Anderson Cristiano, 27, e Diego Zacarias Alderete Peralta, 26, sobreviveram, mas o segundo teve a perna amputada em consequência do ferimento. Arnaldo e Diego eram filhos de Zacarias, o chefe do tráfico em Paranhos e Ypejhú, cidade do lado paraguaio da fronteira.
Para vingar os filhos, Zacarias teria ordenado a morte de várias pessoas suspeitas de envolvimento na chacina e de parentes dos rivais. No dia 14 de junho de 2016, o policial civil Aquiles Chiquin Júnior, 34, foi executado a tiros de fuzil numa academia de Paranhos.
A morte também teria sido ordenada por Zacarias, já que o irmão do policial, membro do Bando do Tatá, teria participado da chacina. Aquiles não tinha envolvimento com o crime organizado, mas teria sido morto por retaliação ao irmão. Nenhum suspeito foi indiciado pela chacina de Paranhos e pela morte do policial.
No dia 8 de julho de 2017, dois pistoleiros em uma Toyota Hilux prata executaram Carlos Domingos Gregol, 38, e Gabriel Zanotim Gregol, 18, irmão e filho de Tatá. Eles estavam em um lava rápido na Avenida Coronel Ponciano, em Dourados. Tatá também estava no local, mas conseguiu escapar.
Alguns dias depois, Tatá Gregol e outros três homens foram presos em Dourados acusados de sequestrar um suspeito de ligação com as mortes no lava rápido. Eles queriam informações sobre os mandantes da dupla execução. Mesmo preso em flagrante porte ilegal de arma, organização criminosa, sequestro e cárcere privado, Tatá ficou só dois dias preso e respondia ao processo em liberdade quando foi morto em Amambai.
Fonte: Helio de Freitas, de Dourados / Campo Grandes News
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