Justiça decreta prisão e filho de presidente do TRE fica na cadeia
Breno Fernando Solon Borges, 37, filho da presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso do Sul preso por tráfico em abril, continuará em cela da Penitenciária de Três Lagoas e não será transferido para clínica psiquiátrica. A decisão é da Justiça estadual.
No mesmo dia que a defesa de Breno conseguiu a substituição da prisão pela internação provisória para tratamento médico, juiz de Três Lagoas mandou que ele permanecesse preso.
Tudo aconteceu no dia 14 de julho, 20 dias depois que o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, da 2ª Câmara Criminal havia negado a liberdade ao empresário suspeito de tráfico de drogas e armas.
Naquele dia o relator do pedido de habeas corpus reconsiderou a decisão de 22 de junho e autorizou que Breno fosse transferido para uma clínica escolhida pela família para se tratar contra o vício em drogas. Consta na decisão, que o preso seria levado para unidade em Atibaia, interior de São Paulo.
Neste caso, a defesa pedia a revogação da prisão preventiva decretada depois que Breno foi preso em flagrante, no dia 8 de abril deste ano, em Água Clara – a 198 km de Campo Grande –, transportando 129,9 kg de maconha, além de 199 munições calibre 7.62 e 71 munições calibre 9 milímetros, armamento de uso restrito das Forças Armadas no Brasil.
A ordem de transferência nem havia chegado ao presídio de Três Lagoas, quando o juiz Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal da cidade, decretou a prisão preventiva – ou seja, por tempo indeterminado – de Breno em outro processo.
Cérberus – O filho da desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges é dono de empresas em Mato Grosso do Sul.
Pouco depois de flagrado com drogas, Breno também foi indiciado por associação criminosa por orquestrar a fuga de um interno do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande.
A segunda decretação de prisão preventiva é, portanto, resultado da conclusão do inquérito da Operação Cérberus, deflagrada pela PF no dia 13 de junho, que investigou organização criminosa especializada no contrabando de armas e que planejava o resgate de Tiago Vinícius Vieira.
Segundo a Polícia Federal, as investigações começaram em março, quando o líder da organização criminosa planejava outra fuga, da Penitenciária de Três Lagoas.
A PF chegou ao nome de Breno como participante da organização após a análise de celulares apreendidos. Ainda conforme a PF, naquela ocasião, o empresário chegou a deslocar-se até Três Lagoas para auxiliar também nesta ação criminosa.
Este pedido de prisão em questão foi feito no dia 7 de junho pelo delegado da PF, Caio Lima.
Doença – A defesa do empresário alega que ele foi diagnosticado com “Síndrome de Borderline”, doença que segundo laudos atestados por psiquiatras e inclusos no processo, “consiste basicamente no desvio dos padrões de comportamento do indivíduo, manifestado através de alterações de cognição, de afetividade, de funcionamento interpessoal e controle de impulsos”.
Ele também seria dependente químico, mas para o juiz de Três Lagoas, ele pode receber tratamento na prisão.
Nesta quarta-feira (19), o advogado de Breno, Gustavo Gottardi, disse apenas que preferia não comentar o assunto.
Fonte: Por Anahi Zurutuza e Marta Ferreira, do Campo Gran
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