Médico de posto confunde picada de cobra com ferroada de inseto e criança vai parar no CTI

05/03/2014 14:49 Policial

Um menino de 9 anos está internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Regional de Campo Grande depois de ser medicado com antialérgico em vez de receber soro antiofídico para picada de cobra.

A mãe, Rosania Marques, de 32 anos, moradora do Assentamento Estrela, a 50 quilômetros de Campo Grande, conta que no último sábado (1°) o filho estava pescando com colegas e quando retornava para casa foi picado por algum bicho.

De acordo com ela, o filho achou que podia ter sido um marimbondo por ter uma cachopa próxima do local. À noite o filho não dormiu por sentir muitas dores no pé e então ela resolveu levá-lo ao posto de saúde para consulta.

No último sábado Rosania levou o menino na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Tiradentes para passar por consulta médica. Mesmo com muita febre e sentindo dores o menino teve de aguardar atendimento.

O médico Diogo Stradiotto, que realizou a consulta, disse para a mãe que pela marca no pé do garoto descartava a hipótese de ser picada de cobra ou escorpião e que poderia ter sido uma formiga ou abelha. Então ele receitou dipirona e antialérgico e mandou que o menino retornasse para casa.

Segundo a mãe, como as dores não passavam e o pé inchava cada vez mais, no domingo retornou com o menino a outro posto de saúde. Ela saiu de casa às 5h30min com o filho vomitando e com a pulsação muito baixa e foi para a UBS do bairro Nova Bahia.

No posto de saúde os médicos afirmaram que a situação do menino era grave e que ele precisaria ser transferido para o Hospital Regional. A transferência era necessária porque ele havia sido picado por cobra e precisava de um atendimento especializado em virtude do seu estado de saúde.

No HR a mãe foi informada de que o estado dele era grave e seria transferido para o CTI para ser medicado. O veneno atingiu o rim esquerdo e o garoto está urinando sangue. A perna que foi mordida está inchada e roxa no local picado e muitas bolhas se espalharam.

Conforme a mãe, os médicos disseram que não têm previsão de quando a criança receberá alta médica. “Os médicos estão tentando tirar o veneno do corpo dele, mas o veneno já está prejudicando outros órgãos dele e me disseram que não sabem que dia meu filho vai sair”, ressalta.

Rosania conta que está indignada com a negligência do primeiro médico que atendeu seu filho e não soube identificar a picada da cobra. “O médico deveria ter me falado que não sabia e que iria chamar o Samu e transferi-lo para outro médico atendê-lo. Ele não poderia simplesmente passar uma medicação e mandar de volta para casa sem ter certeza do que tinha acontecido com ele. Cadê o preparo dele?”, indaga.

A mãe contou à reportagem que durante a consulta o médico fez pouco caso do garoto e não examinou a fundo, apenas deu uma olhada e receitou a medicação. “Ele só deu uma olhadinha e disse que não era picada nem de cobra e nem de escorpião, era só tomar os remédios que ia passar a alergia”, esclarece.

Agora a mãe pede a Deus que o filho melhore e saia do CTI porque se no primeiro atendimento médico tivessem aplicado o soro antiofídico o filho não estaria nesta situação. “Se meu filho tivesse tomado o soro na hora que levei no posto do Tiradentes ele não estaria neste estado agora”, diz a mãe.

De acordo com Rosania, ela só resolveu denunciar para que outras mães não enfrentem a mesma situação pela qual está passando com o filho, porque a saúde dele está nas mãos de Deus. “’Quero só alertar as demais mães para não acontecer o que aconteceu comigo porque a saúde dele agora só Deus pode ajudar”, relata.

A mãe contou que com essa situação toda ficou sem poder voltar para casa e retornar nos horários de visita porque mora muito longe da cidade e não tem condições de ir e voltar todos os dias.

Ela contou que passa o dia todo no hospital com a filha de 1 ano e 4 meses, que mama no peito, e muitas vezes fica sem se alimentar porque não tem dinheiro para comprar comida. “Às vezes fico o dia todo sem comer e só à noite quando vou à casa do meu tio no Parque do Sol é que como e volto para o hospital. Só que é difícil porque é muito longe e preciso pegar três conduções para chegar lá”, ressalta.

De acordo com a mãe, toda a situação com o filho pegou a família desprevenida e pede para quem puder contribuir estará a ajudando. Ela pede para quem puder doar um carrinho de bebê para sua filhinha a ajudaria muito porque tem que ficar com ela no colo o dia todo.

A mãe também pede ajuda com doações de fraldas e alimentação porque não tem condições financeiras de comprar. Para as pessoas que queiram ajudar basta ligar para Rosania no número 9309-6348.

A assessoria da prefeitura foi procurada, mas devido ao feriado ninguém foi localizado para falar sobre o caso.

Fonte: Midiamax

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