Mulher morre 20 dias depois de tomar soda em Itaporã
Moradora em Itaporã, Lucilene Martins Gomes, de 51 anos, faleceu na quinta-feira (11), depois de 20 dias internada no Hospital da Vida, em Dourados.
No dia 22 de março, uma pessoa abordou policiais militares de Itaporã informando que Lucilene estava com ânsia de vômito e a boca espumando, os policiais acionaram uma equipe de atendimento móvel do Hospital de Itaporã, que encaminharam a mulher para atendimento. Devido a gravidade do caso, ela foi transferida para o Hospital da Vida.
Próximo à Lucilene, os policiais encontraram um frasco de soda cáustica. Familiares relataram que a mulher sofria com depressão.
O corpo de Lucilene passará por autópsia, que apontará a causa do óbito. Em seguida será disponibilizado à família para velório e sepultamento, sem previsão de horário. O velório ocorrerá no Memorial Pax Primavera, em Itaporã.
Até pouco tempo a Redação do iFato adotava a conduta de não repercutir casos de suicídio por parecer que quanto mais fala, mais encoraja pessoas que estão pensando em cometer o ato. Mesmo ainda sendo indigesto para nós, pesquisadores afirmam que o problema começará a ser resolvido com o rompimento do silêncio. “Temos de quebrar esse ‘Tabu do Suicídio’, temos que desconstruir essa história de que não se pode falar do assunto. Uma dor compartilhada dói menos”, pontuou o professor Edilson dos Reis, coordenador do curso de prevenção ao suicídio na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso Sul).
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), suicídio é a segunda maior causa das mortes entre os 10 e 19 anos. Em épocas festivas, principalmente próximo ao Natal e Ano Novo, os casos se intensificam. Em 2017, por exemplo, o Corpo de Bombeiros de Campo Grande atendeu 925 tentativas de suicídio.
Ainda conforme o OMS, o Brasil se encaixa no 8º lugar no ranking, mas ainda assim cerca de 100 mil leitos psiquiátricos estão fechados. Em Campo Grande, o setor de psiquiatria da Santa Casa, que era um grande local de acolhimento de pessoas que precisam de acompanhamento médico e de internação, não existe mais. Para Reis, a Capital precisa criar espaços de “circulação de palavras”.
Enquanto o espaço não é criado, as vítimas de depressão e demais sofrimentos psicológicos podem buscar ajuda em escolas-clínicas de psicologia, Caps e pelos telefones 141 e 188 CVV (Centro de Valorização da Vida), 190 da PM e 193 dos Bombeiros, que ajudam pacientes a romper o silêncio.
A equipe do iFato externa sentimentos de apoio e condolências à familiares e amigos de Lucilene.
Fonte: Aislan Nonato, do iFato
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