PF envia tropa de elite para garantir ordem em Caarapó

18/06/2016 03:12 Policial
Tropa de elite da PF desembarca no Aeroporto de Dourados (Foto: Dourados News)
Tropa de elite da PF desembarca no Aeroporto de Dourados (Foto: Dourados News)

Desembarcou na tarde desta sexta-feira (17) no Aeroporto Francisco de Mattos Pereira, em Dourados, um jato da Polícia Federal com policiais do COT (Comando de Operações Táticas) que é a tropa de elite do órgão. Eles teriam vindo de Brasília (DF).

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Informações obtidas pelo Dourados News são de que o contingente foi enviado para dar reforço à atuação do órgão na área de conflito entre produtores rurais e índios em Caarapó, que fica 50 km de Dourados.

É o segundo pouso de aeronave da PF em Dourados esta semana. Na quarta-feira (15), um jato também desembarcou com 53 homens da Força Nacional de Segurança. Quando há deslocamento aéreo de tropas da Força Nacional no país, são sempre feitos por aeronaves da Polícia Federal.

A Polícia Federal iniciou uma ação na área de conflito. Segundo divulgado pelo órgão, num primeiro momento está realizando ações para garantia da ordem pública, para que haja segurança e tranquilidade para a realização de trabalhos periciais. O objetivo da PF, é atuar de forma mais breve na apuração da autoria dos crimes e materialidade.

Conforme noticiou o Dourados News, a PF abriu inquérito para investigar os fatos ocorridos entre os dias 12 e 15 de junho, decorrente do conflito agrário. Estão incluso nestes as mortes, pessoas feridas – índias e não-índias -, agressão, roubo, danos ao patrimônio público e cárcere privado de três policiais militares.

O Conflito

O clima de tensão em Caarapó começou no domingo (12), quando proprietário da Fazenda Ivu, que é vizinha da aldeia Tey Kuê, recebeu a reclamação de um de seus funcionários, de que teria sido ameaçado por um índio ao chegar à noite à propriedade. Na manhã de segunda-feira (13), o dono da propriedade registrou um boletim de ocorrência relatando o fato.

Já na tarde de segunda-feira, os índios teriam bloqueado a estada que dá acesso à aldeia e à Fazenda Ivu. Um grupo de produtores rurais foi até a propriedade por outro acesso.

Na manhã de terça-feira (14), as informações são de que houve confronto entre índios e produtores rurais. Um índio foi morto e, pelo menos, mais cinco ficaram feridos. O Corpo de Bombeiros e Polícia Militar foram ao local, para socorrer os feridos, que foram levados a hospitais.

Por volta de 12h ainda de terça-feira, índios fizeram policiais militares de reféns. Eles acusam os sequestradores de agressão e de terem jogado gasolina em seus corpos para atear fogo, o que não teria acontecido porque os bombeiros chegaram. Os policiais foram resgatados por volta das 14h, mas os índios ficaram com seu armamento.

Na tarde de quarta-feira (15), após longa negociação da Polícia Militar e posterior intervenção do MPF, os índios devolveram parte do armamento dos policiais e coletes a prova de balas. No entanto, ainda há armas e documentos policiais dos militares em posse dos índios.

Na noite de quarta-feira, a Força Nacional de segurança chegou ao local, após pedido do Governo do Estado. Essa seguiu para dar apoio às demais instituições que estão no local desde terça-feira, como Polícia Militar, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Polícia Federal, entre outros.

Na quinta-feira (16), também chegou ao local do conflito a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Eles assistiram ao velório do índio morto no confronto e ouviram suas reivindicações. Clodioldo Adileu Rodrigues de Souza, 20, foi velado sob faixas de protesto.

Nesta sexta-feira (17), Barbosinha ainda se reuniu com o procurador da República, Marco Antônio Delfino, e com produtores rurais em Dourados, para falar sobre a região de conflito. Ele disse que a intenção é negociar para que seja interrompido o avanço nas invasões de terra pelos índios em grandes propriedades, e pedido para que eles saiam voluntariamente das propriedades menores.

 

Fonte: Fabiane Dorta, do Dourados News

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