PF faz buscas por piloto de avião interceptado a tiros pela FAB

Bimotor que sobrevoava Corumbá na manhã de ontem realizou pouso forçado no lago do Parque Nacional do Pantanal em MT e ainda é retirado das águas
26/04/2018 12:51 Policial
Na missão, além de três caças A-29 Super Tucano, foi empregada a aeronave radar E-99 da FAB. A ação ocorre durante os trabalhos da Operação Ostium. (Foto: Divulgação/FAB)
Na missão, além de três caças A-29 Super Tucano, foi empregada a aeronave radar E-99 da FAB. A ação ocorre durante os trabalhos da Operação Ostium. (Foto: Divulgação/FAB)

O piloto do bimotor Baron interceptado por equipes da FAB (Força Aérea Brasileira) por volta das 7h de ontem (25) quando sobrevoava a Serra do Amolar em Corumbá, a 444 km de Campo Grande, ainda não foi localizado em terra pela Polícia Federal. O condutor desobedeceu a todas as medidas de policiamento aéreo e equipes militares dispararam duas vezes, primeiro como aviso depois para detenção.

O Capitão Aviador Antonio Pereira Damasceno Neto explicou, que interceptações ocorrem todos os dias. No entanto, no caso do bimotor Baron localizado em Corumbá, a suspeita começou quando o piloto não respondeu aos interrogatórios e tentou fugir.

“Após esgotarem todas as medidas de policiamento, ele pousou na água, nossa equipe permaneceu sobrevoando o local, até porque não iria pousar na água sem a segurança necessária, mas acionou os demais órgãos envolvidos, no caso as equipes em terra e a PF para continuar os trabalhos. Nesta manhã, as equipes ainda estão retirando a aeronave da água e retirando o que sobrou de dentro do bimotor”, explicou.

Além da Polícia Federal, responsável pela investigação a partir de agora, equipes do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o PARA-SAR, realizam os trabalhos terrestres. A aeronave continua nas águas e, ainda não se sabe, quem está dentro e o que de ilícito há no bimotor.

Apesar da retomada das buscas na manhã desta quinta-feira (26), a FAB e PF de Campo Grande, Cuiabá e comando em Brasília não confirmaram se o piloto conseguiu fugir ou morreu afogado.

A suspeita - A aeronave foi classificada como suspeita após piloto não responder aos primeiros interrogatórios, estabelecidos no protocolo das medidas de policiamento do espaço aéreo brasileiro, da Lei 7565/1986.

Na sequência, o piloto da FAB ordenou a mudança de rota e o pouso obrigatório no aeródromo de Cuiabá (MT), porém o piloto não obedeceu. Foi necessário que a defesa aérea comandasse o tiro de aviso, para o pouso no aeródromo mais próximo. Ainda sem retorno, foi disparado o tiro de detenção.

O bimotor que sobrevoava Corumbá, perto da fronteira com a Bolívia, sem plano de voo e com matrícula falsa acabou realizando um pouso forçado no lago do Parque Nacional do Pantanal mato-grossense. A FAB não disse se encontrou material de tráfico no bimotor.

Outro caso - Esta foi a segunda vez que a Força Aérea atirou com o objetivo de atingir o alvo desde que entrou em vigor a Lei do Abate. No início de março, outro caça A-29 Super Tucano interceptou um avião no espaço aéreo do Mato Grosso (MT). Um bimotor com mais de 500 quilos de cocaína, vindo da Bolívia, sobrevoava a região de Nova Fernandópolis.

Três aeronaves de defesa aérea A-29 Super Tucano e um avião radar E-99 foram utilizados para monitorar e interceptar o avião. Um helicóptero da Polícia Militar do Mato Grosso foi acionado e transportou a equipe da Polícia Federal para fazer a abordagem da aeronave no solo.

Operação - A Ostium começou em 2017 e reforça a vigilância do espaço aéreo sobre a região de fronteira do Brasil. O objetivo é coibir voos irregulares que possam estar ligados a crimes como o narcotráfico. Em um primeiro momento, em março deste ano, houve o deslocamento de estruturas compostas por radares e/ou aeronaves para a região de fronteira com Paraguai, Argentina e Bolívia.

A primeira fase já encerrada e passou pelas cidades de Chapecó (SC), Corumbá (MS), Dourados (MS), Campo Grande (MS), Cascavel (PR) e Foz do Iguaçu (PR). O resultado foi uma média de quatro interceptações de aviões irregulares por dia, apenas nessas regiões.

Durante o ano, outras fases da Operação Ostium foram deflagradas, em diferentes pontos da faixa de fronteira. A diferença para a primeira delas, de caráter dissuasório, é que fases posteriores estão sendo sigilosas. O objetivo é, a partir do elemento surpresa, levar a zero o número de tráfegos ilícitos na fronteira.

As ações estão sendo coordenadas a partir do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), localizado em Brasília (DF), e fazem parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), do Ministério da Defesa.

Fonte: Danielle Valentim / Campo Grandes News

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