Com o final do prazo contratual entre a Santa Casa de Misericórdia de Corumbá e a Clinica responsável por realizar o tratamento de oncologia no município, um impasse se instalou entre as duas partes e acabou virando caso de polícia. Por um lado o responsável pela clinica, alega que os equipamentos instalados na unidade seriam de sua propriedade e por isso, ao final do contrato realizaria a retirada dos mesmos, em especial o mobiliário que atende hoje cerca de 300 pacientes que fazem o acompanhamento médico no local.

No entanto, existe a dúvida se a Santa Casa de Misericórdia teria direito sobre a propriedade de toda mobília que não seja de uso pessoal do profissional médico, uma vez que os moveis e equipamentos teriam sido adquiridos com os recursos repassados pelo hospital, onde contemplavam justamente a prover além dos gastos com o tratamento, as necessidades físicas da unidade.

O fato é que a Polícia Federal entrou no caso e instaurou inquérito para apurar os acontecimentos. O médico responsável pela clínica que presta serviços para Santa Casa foi intimado a depor, e compareceu na manhã desta quarta-feira (26), na sede da Delegacia da Polícia Federal para prestar esclarecimentos.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, o médico teria apresentado algumas notas fiscais no intuito de provar que os equipamentos retirados teriam sido adquiridos com seus próprios recursos. “O responsável pela Clinica foi intimado e compareceu hoje na delegacia, ainda não existe nenhum indiciamento, o que fizemos foi instaurar um novo inquérito para apurar o fato, ele nos apresentou algumas notas fiscais de móveis e ficou de apresentar novos comprovantes. No mesmo sentido solicitamos algumas documentações junto à prefeitura e do hospital para que possamos prosseguir com as investigações”, disse o delegado Alexandre Nascimento.

Mudança de Administração

Após diversas tentativas de renovar o contrato com a atual empresa que presta serviços no setor de Oncologia de Corumbá, a Santa Casa de Misericórdia decidiu assumir por conta própria o atendimento no setor. É o que afirmou ao Capital do Pantanal o atual diretor da junta interventora da Santa Casa, Drº Cristiano Xavier.

De acordo com Cristiano, a decisão foi tomada após a proposta apresentada pelo hospital, ser recusada pela CEON, empresa terceirizada que realiza os procedimentos na unidade. Um acordo entre os representantes da empresa e a secretaria municipal de saúde também teria sido recusado, uma vez que a empresa estaria pleiteando um aumento no repasse da verba que atualmente é de R$ 157 mil reais.

 

Fonte: Capital do Pantanal