PF vai às ruas de 7 estados contra esquema que envolve o Sistema S

Em Campo Grande, equipe da PF está no Senai; segundo a investigação, grupo empresarial comandando por uma família se beneficiava de contratos superfaturados com o Ministério do Turismo e unidades do Sistema S; dinheiro foi desviado por meio de empresas de fachada
19/02/2019 07:33 Policial
Viatura da PF em frente à sede do Senai e prédio onde também funciona a Fiems; equipes chegaram antes da 7h no local (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura da PF em frente à sede do Senai e prédio onde também funciona a Fiems; equipes chegaram antes da 7h no local (Foto: Henrique Kawaminami)

A PF (Polícia Federal) está nas ruas de sete estados, incluindo o Mato Grosso do Sul, para cumprir 10 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão contra envolvidos em esquema de corrupção.

A Operação Fantoche investiga um esquema de corrupção envolvendo um grupo de empresas sob o controle de uma mesma família que vem executando contratos por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. Estima-se que o grupo empresarial lucrou pelo menos R$ 400 milhões em 17 anos, de 2002 até agora. 

Em Campo Grande, policiais federais estão no prédio onde funciona o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Sesi (Serviço Social da Indústria), ambos vinculados à Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul). São três viaturas e as equipes chegaram antes da 7h no local.

A reportagem tentou contato com o presidente do conselho regional do Senai e da Fiems, Sérgio Longen. Ele prometeu retornar a ligação em 5 minutos e desligou o telefone.

São cumpridos mandados também no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Alagoas.

Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

De acordo com a apuração, que contou com o apoio do TCU (Tribunal de Contas da União), o grupo utiliza entidades privadas e sem fins lucrativos para fechar contratos e convênios com o ministério e unidades do Sistema S.

A maior parte das contratações é de eventos culturais e de publicidade, mas ainda segundo a PF, os serviços prestados eram superfaturados.

Recursos eram desviados para núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.

A Polícia Federal não divulgou ainda o nome dos empresários e nem de quais unidades do Sistema S estão na mira.

Sistema S é o nome pelo qual ficou convencionado de se chamar o conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição - Sesi, Senai, Sebrae, Senar, Sest, Senat, Sesc e Sescoop.

Fonte: Anahi Zurutuza e Ronie Cruz / Campo Grandes News

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