Policiais algemam próprio braço em apoio a PMs presos na capital de MS
Em apoio a três militares presos por suspeita de agressão, policiais algemaram o próprio braço, em Campo Grande. A mobilização foi realizada na manhã desta sexta-feira (22), em frente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), no Centro e a maioria dos participantes estava vestida de camiseta preta.
"Esse é o nosso simbolismo de que somos algemados pelo poder judiciário e pelas leis do Brasil", disse o investigador de Polícia Civil, Alexandre Barbosa.
O ato reuniu cerca de 50 policiais, entre civis e militares, e durou cerca de 10 minutos. "O mesmo sangue que corre na veia deles [policiais civis] corre no nosso [policiais militares]. Os policiais de maneira geral não podem perder para o crime", disse Edmar Soares, presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS) sobre a mobilização dos agentes de segurança pública em prol dos militares presos.
Sobre os policiais presos, o presidente da Associação que representa os militares fala: "Três excelentes que poderiam estar combatendo crimes estão presos agora [...]O meliante sai da delegacia primeiro que os policiais. Estamos vendo uma inversão de valores. A prisão dos nossos Pms contraria a constituição. Ela virou regra e teria que ser exceção", afirmou.
Habeas corpus
Soares ressalta que a prisão dos PMs suspeitos de agressão desmotiva todo o segmento da segurança pública. "Na nossa parte, o juiz manteve uma decisão injusta e arbitrária. Mas, já impetramos com pedido de habeas corpus no Tribunal [de Justiça]. E hoje estaremos lá [no Tribunal] construindo agenda para despachar com antecedência para o desembargador", explicou.
Operação Padrão
Sobre a operação padrão, Soares explicou que continua por tempo indeterminado. "Policiais estão tomando cuidado necessário para que não tenham problema. O que foi combinado ontem é que fariam de forma que não desguarnecesse o cidadão e não colocasse sua segurança de vida em risco. A operação padrão não é um movimento grevista".
Ele explica mais sobre a ação. "É o policial ter zelo no deslocamento para não colocar em risco a sua segurança. [...] Vamos deslocar conforme manda o Código de Trânsito. De maneira nenhuma eles vão parar, eles não vão deixar de atender, só vão atender dentro dos limites legais e segurança".
Essa operação, segundo Soares, é em apoio aos policiais presos e não em repressão ao poder judiciário. "Porque acreditamos que o poder judiciário vai corrigir essa deficiência."
Audiência de custódia
Enquanto os três policiais presos participavam de audiência de custódia nessa quinta-feira, agentes de segurança pública se reuniram em frente ao Fórum. Eles se mobilizaram em prol dos colegas, que saíram de lá com a prisão preventiva decretada.
Prisão
Os três policiais lotados no 1º Batalhão de PM foram presos pela Corregedoria da corporação após denúncia de agressão contra um adolescente de 15 anos.
O tenente-coronel José Gomes Braga, corregedor-adjunto da PM, disse ao G1 que os policiais prestaram depoimento e negaram a abordagem relatada na denúncia. O adolescente tem registros de atos infracionais.
A Associação de Cabos e Soldados considera as prisões "arbitrárias e injustas". O presidente disse ao G1 que a equipe não abordou o adolescente que fez a denúncia e negou qualquer tipo de agressão ou excesso na abordagem policial.
Fonte: Gabriela Pavão, do G1 MS
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