Polícias voltam para área de conflito entre índios e produtores em Caarapó

15/06/2016 10:22 Policial
Policiais federais, militares e civis em Caarapó (Foto: Diogo Nolasco/TV Morena)
Policiais federais, militares e civis em Caarapó (Foto: Diogo Nolasco/TV Morena)

A Polícia Federal e a Polícia Militar (PM) retornaram na manhã desta quarta-feira (15) para a área de conflito entre índios e produtores rurais, em uma fazenda de Caarapó, a 264 quilômetros de Campo Grande, região sul de Mato Grosso do Sul. Segundo o comandante da Polícia Militar (PM) do município, tenente-coronel Carlos Silva, a intenção é reaver três pistolas, uma arma longa e três coletes tomados pelos indígenas.

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O conflito dessa terça-feira (14), terminou com o agente de saúde indígena Claudione Rodrigues Souza, de 26 anos, morto a tiros e outros seis índios feridos. Cinco estão no Hospital da Vida, em Dourados. A PM diz que após o confronto, indígenas pegaram armas dos policiais e os fizeram de reféns.

"Eles [índios] já tinham acordado com a gente que iriam devolver. Mas, até agora, só entregaram um colete", fala o oficial da PM. Ele explica ainda que o clima é tenso no local, porém, não foram registrados confrontos durante a noite, madrugada e pela manhã.

A PM e PF também estão na fazenda para garantir que não haja conflitos. Segundo o tenente-coronel, há no local cerca de 500 índios pintados e armados com pedaços de pau, de um total de aproximadamente 4,8 mil que vivem na região.

Até a publicação desta reportagem, tinham seguido para o local policiais federais e militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Departamento de Operações da Fronteira (DOF) e Grupo Especial Tático Motorizado (Getam).

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que a área está na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá. Conforme o órgão, ela é tradicionalmente ocupada e está em estudo para regularização fundiária.

Em nota publicada no Facebook, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) afirmou que homens armados chegaram em 60 camionetes e atiraram em cerca de mil indígenas, incluindo quatro agentes de saúde indígena, que estavam reunidos no território perto da aldeia Te' Ýikuê. A Funai também afirma que os índios foram atacados.

O comandante da PM do município informou que a fazenda foi ocupada por indígenas na segunda-feira (13).

Reféns
Após confronto dessa terça-feira, bombeiros foram chamados e pediram apoio da PM para ir até o local, mas, conforme Carlos Silva, os militares acabaram rendidos pelos indígenas por duas horas após o pneu da viatura furar. Eles tiveram as armas de fogo e coletes tomados, a viatura queimada e três sofreram ferimentos leves.

Ainda segundo o tenente-coronel, a equipe foi recebida a tiros e há suspeita de que índios paraguaios estejam entre os indígenas brasileiros. Até o momento, não há informações sobre as circunstâncias da morte do indígena.

A PM e a Polícia Federal negociaram durante toda a tarde para a devolução de três armas que estavam com os policiais quando foram feitos reféns. Mas a negociação não avançou e a PF encerrou as tratativas por questão de segurança.

Em nota, a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ABSSMS), seccional Dourados, repudiou "as ações de extrema violência contra a integridade física de policiais militares".


Local próximo aos confrontos. Foto: Assessoria/DOF

 

Fonte: Gabriela Pavão e Nadyenka Castro, do G1

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