Por herança, homem é suspeito de mandar executar ex-madrasta e irmão

Batalha por bens seria motivo para enteado mandar assassinar Juana Torres Vera; o filho dela, de 16 anos, irmão do suspeito, também estava no carro; crime ocorreu hoje em Ponta Porã
07/01/2019 18:16 Policial
Toyota SW4 usada por Juana Torres, no local onde mulher e o filho foram atacados a tiros (Foto: Porã News)
Toyota SW4 usada por Juana Torres, no local onde mulher e o filho foram atacados a tiros (Foto: Porã News)

O assassinato da paraguaia Juana Bautista Torres Vera, 41, ocorrido nesta segunda-feira (7) em Ponta Porã, pode ter sido motivado pela batalha judicial que ela travava com o ex-enteado após a morte do ex-marido.

O Campo Grande News apurou nesta tarde que Evandro Cabral da Rosa, de nacionalidade brasileira, mas que mora em território paraguaio, é o principal suspeito de ter contratado os pistoleiros para matar a ex-madrasta.

O filho de Juana e meio-irmão de Evandro, Luis Miguel Torres da Rosa, 16, também estava na caminhonete Toyota Hilux SW4 crivada de balas por volta de 13h de hoje na área central de Ponta Porã.

Ainda não há pistas se o adolescente também era alvo dos matadores. Ele sofreu apenas ferimentos leves causados por vidros estilhaçados e um disparo de raspão.

Ele acompanhou enquanto bombeiros socorriam a mãe ao hospital. Atingida com oito tiros, Juana morreu antes de receber atendimento médico. A reportagem apurou na fronteira que Evandro Cabral da Rosa está em território paraguaio.

Briga judicial – O Campo Grande News encontrou um processo judicial em tramitação na comarca de Ponta Porã, movido por Evandro contra Juana Bautista Torres Vera. Também aparece como autora Margareth Cabral da Rosa.

Em agosto do ano passado, o juiz da 1ª Vara Cível de Ponta Porã Adriano da Rosa Bastos decretou, a pedido dos advogados de Evandro Rosa, a indisponibilidade de três imóveis pertencentes a Juana Vera, dois no município de Bela Vista (MS) e outro em Dourados. Na mesma sentença, o juiz indeferiu o pedido de bloqueio das contas bancárias de Juana.

Na sentença, o juiz citou que os autores da ação tinham interesse na conservação de seu quinhão hereditário, “sendo justificável o temor de que a requerida desvie o patrimônio em questão, causando-lhes sérios e irreparáveis prejuízos quanto ao direito de reserva hereditária”.

Duas audiências de conciliação tinham sido marcadas e canceladas porque a Justiça não conseguiu intimar Juana Bautista Vera. Uma nova audiência estava agendada para o dia 7 de fevereiro deste ano.

O crime – Juana Bautista Torres Vera seguia com o filho em sua caminhonete de luxo pela área central de Ponta Porã. Quando parou no semáforo do cruzamento das avenidas Duque de Caxias e Brasil, quando dois pistoleiros em uma moto estrangeira se aproximaram e dispararam vários tiros de pistola 9 milímetros.

Fontes da fronteira afirmam que Juana era ligada a narcotraficantes da Linha Internacional. Ela mantinha casos com integrantes do crime organizado e agia como agenciadora de encontros amorosos, também a serviço de criminosos. “Era correria dos narcos”, afirmou uma fonte.

Na caminhonete foram encontradas várias malas, um indicativo de que Juana deixava a cidade quando foi morta. Ela tinha tinha registrado vários boletins ocorrência contra Evandro Rosa.

Fonte: Helio de Freitas, de Dourados / Campo Grandes News

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