Preso nega saber de plano e alega que aproveitou “embalo” de fuga em massa

Luís foi preso no Paraguai com 50 quilos de maconha e acabou condenado a três anos e seis meses
20/01/2020 20:18 Policial
O brasileiro Eduardo Alves da Cunha foi preso e condenado com nome falso no Paraguai (Foto: Divulgação/Polícia Paraguaia)
O brasileiro Eduardo Alves da Cunha foi preso e condenado com nome falso no Paraguai (Foto: Divulgação/Polícia Paraguaia)

O primeiro interno do Presídio de Pedro Juan Caballero recapturado afirmou a polícia brasileira que não sabia do plano de fuga e apenas aproveitou a movimentação dos companheiros para escapar da unidade também. Identificado como Luís Alves da Cruz, de 30 anos, o preso prestou depoimento nesta manhã na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã.

Luís foi preso no Paraguai com 50 quilos de maconha e condenado a três anos e seis meses. No entanto, respondeu a todo o processo no país vizinho com uma identidade falsa e era reconhecido no presídio como Eduardo Alves da Cunha.

Nesta manhã, contou ao delegado Fabricio Dias dos Santos que não sabia do plano de fuga, mas percebeu a movimentação dos companheiros durante a madrugada e resolveu escapar também. Em depoimento, Luís afirmou ter deixado a unidade pelo túnel cavado por outros presos, em uma das celas do pavilhão B, ala destinada a integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Após deixar o presídio, Luís fugiu a pé. Andou por algum tempo até conseguir carona com duas pessoas até o Assentamento Itamarati, distante a 49 quilômetros de Ponta Porã, onde foi abordado e preso.

O interno ainda confessou ser integrante do PCC e que estava a serviço da facção quando foi preso no Paraguai. Ao delegado falou ainda que tem mandado de prisão em Mato Grosso, também por tráfico de drogas. Como é brasileiro, Luís permanece em Mato Grosso do Sul e será transferido para um presídio.

Recapturado – No início dessa tarde os agentes de Investigação de Delitos da polícia do departamento de Amambay localizaram e prenderam o paraguaio Sabio Dario González Figueredo. O segundo preso recapturado estava em uma casa do Bairro San Juan, que fica próximo ao presídio.

Segundo informações do site ABC Color, Sabio Dario cumpria pena por roubo e estava esperando o melhor momento para deixa Pedro Juan Caballero. A polícia continua busca pelos outros 72 foragidos. 

A fuga – Na madrugada de domingo 74 presos saíram, ao que tudo indica sem muitas dificuldades, do pavilhão do PCC na Penitenciária de Pedro Juan Caballero. Eles chegaram a cavar um túnel de aproximadamente 20 metros, mas para as autoridades, o “buraco” nem chegou a ser usado e pelo menos 15 outros internos deixaram a unidade pela porta da frente ao longo da semana.

O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, estima que seja a maior fuga de presídios da última década e aconteceu sem muita surpresa às autoridades: a inteligência paraguaia já havia descoberto o plano, meses antes, e alertado as autoridades do Estado.

A Ministra da Justiça no Paraguai, Cecilia Pérez, disse que, conforme foi levantado, a facção planejou pagar cerca de 80 mil dólares para quem ajudasse na fuga. O governo paraguaio já afastou diretores de estabelecimentos penais, incluindo o do Presídio de Pedro Juan e os agentes penitenciários, cerca de 30, das funções. Todos foram presos preventivamente até que a investigação chegue à conclusão sobre o caso.

Fonte: Geisy Garnes e Aline dos Santos, enviada especial à fronteira / Campo Grandes News

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