Presos fizeram barricada e atacaram com pedras e facas, dizem PM´s

Facas artesanais e pedras de concreto - retiradas das camas da unidade - foram usadas pelos internos para bloquearam o acesso a celas
19/04/2018 16:29 Policial
Objetos apreendidos na PED (Foto: Direto das Ruas)
Objetos apreendidos na PED (Foto: Direto das Ruas)

Barricada de concreto, facas artesanais e pedras foram usadas pelos presos da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) contra policiais do Batalhão de Choque durante motim na unidade na manhã desta quarta-feira. Segundo militares que participaram da ação, o pente-fino se transformou em confronto depois que os internos atacaram as equipes para impedir a entrada nas celas. As afirmações surgiram em resposta a vídeos feitos com celular dentro do presídio, mostrando detentos feridos.

A operação tinha o objetivo de transferir seis presos, que seriam lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), entre eles Antônio Marcos dos Anjos, 29 anos, conhecido como “Daleste” e apontado como líder da facção no Mato Grosso do Sul. No entanto, no raio II da PED, os internos resistiram a ação e tentaram impedir a entrada dos militares.

Conforme o policiais do Choque, usando facas artesanais e pedras de concreto - retiradas das camas da unidade - os internos bloquearam o acesso a celas. “Enquanto tentávamos desobstruir a passagem para as celas, eles utilizaram as armas contra nós, principalmente nos pés, onde o escudo não protege”, contou um dos policiais envolvidos na ação.

O conflito com os presos começou, policiais afirmam que usaram "armas de impacto controlado", entre elas armamento não letal, mais conhecido como bala de borracha, bombas de efeito moral e cassetete. “Usamos o que foi necessário”, defendeu um policial. “Eles falaram que quem manda lá é o crime, que não iríamos entrar e se entrássemos iriam nos matar ou só sairiam de lá mortos”, narrou outro.

Em uma das celas, os presos usaram o mesmo concreto da cama, um colchão e a própria porta para “construir” uma barricada. Os policiais precisaram arrombar a porta com um pé de cabra e usar uma marreta para quebrar o concreto e conseguir entrar no local. Em um vídeo enviado ao Campo Grande News, que você pode conferir abaixo, é possível ver a ação dos militares.

Segundo os relatos dos militares, os presos também jogaram água fervendo contra as equipes e chegaram atingir um policial ao arremessar uma pedra nos militares. Com a situação controlada, foram apreendidas diversas facas artesanais e até uma “lança” feita pelos presos. Porções de drogas e seringas também foram encontradas.

       

Nesta quinta-feira (19) familiares dos internos procuraram o Ministério Público Estadual em Dourados para denunciar as agressões sofridas pelos parentes. De acordo com a mãe de um deles, cerca de 30 presos ficaram feridos. Imagens dos ferimentos tiradas pelos próprios presos, dentro das celas, foram divulgadas nesta manhã e o caso é acompanhado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Motins - A ação na PED gerou motins em outros quatro presídios do Estado. Por telefone, de dentro das celas, os internos de Dourados comunicaram outros integrantes da facção sobre a operação. Em Dois Irmão do Buriti, Três Lagoas e Campo Grande, os presos se negaram a voltar para as celas após o banho de sol.

Em todos os locais foram registrados danos aos presídios. No Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho”,a Máxima de Campo Grande, o “protesto” durou das 8h30 até o início da tarde. Cinco portas de celas foram arrancadas durante o princípio de motim da Capital.

Logo que as informações sobre tumulto vieram a público, a agência que cuida dos presídios negou maiores problemas. Depois, porém, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) confirmou a situação, sem muitos detalhes. Apesar de sido solicitado, a Agepen não divuldou qualquer foto da movimentação no presídio;

Confira abaixo as imagens que chegaram ao Campo Grande News.

Fonte: Geisy Garnes / Campo Grandes News

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