O mecânico de 40 anos suspeito de atear fogo em uma casa com oito pessoas no bairro Mário Covas, em Campo Grande, teria planejado o crime horas antes. Segundo a delegada Franciele Candoti, responsável pelas investigações, Cláudio Inácio Simões, que foi preso no sábado (21), retirou a gasolina de uma motocicleta, pulou o portão da casa e ateou fogo em um colchão encostado no imóvel de lona e madeira. Ao G1, ele negou, mas admite que agrediu a ex-mulher.
“Eles eram conviventes há oito anos e, nesse tempo, se separaram e reataram algumas vezes. Porém, a mulher, que estava grávida de oito meses, o mandou embora de casa e ele não aceitou o término do relacionamento. Após a briga, ele foi embora e retornou para praticar este incêndio criminoso”, afirmou Franciele.
Durante a coletiva sobre o caso, nesta terça-feira (24), a delegada disse que a mulher tinha o costume de pedir ajuda para vizinhos. “Ela brigou com o suspeito durante o dia e pediu abrigo na casa do vizinho. Ao todo estavam quatro crianças e quatro adultos, sendo que o dono da casa temia o retorno do suspeito e trancou a casa pelo lado de fora”, comentou.

Segundo a polícia, as vítimas então pularam a janela e foram dormir, na noite do dia 31 de maio. “Testemunhas prestaram depoimento e nos relataram que ele sabia que as vítimas estavam lá dentro. Com o fogo se alastrando, eles tiveram tempo apenas para pular a janela e fugir. E mesmo assim algumas crianças foram atingidas pelas chamas”, disse Franciele.
Simões nega ter ateado fogo no local. “Eu fui lá com o carro do meu amigo para buscar o colchão e o resto de algumas coisas minhas que estavam na casa. Não sei o que aconteceu, mas assim que cheguei, começou o fogo”, disse o suspeito. Questionado sobre ameaças e agressões contra a ex-mulher, ele disse que não a espancava. “Eu apenas a agredi algumas vezes”, garantiu.
O mecânico responderá por tentativa de homicídio e pelo dano causado a cada uma das oito vítimas. Ele já tinha antecedente por roubo, receptação, violência doméstica, abandono de incapaz e lesão corporal dolosa.

O caso

O incêndio ocorreu na noite do dia 30 de maio, na rua Leandro da Silva Salina. A residência ficou totalmente destruída, além de uma motocicleta. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas assim que chegou no local constatou que as chamas já haviam consumido a casa e apenas realizaram o rescaldo.
Entre as pessoas que estavam no imóvel, estavam quatro crianças, um adolescente e uma gestante, mas ninguém ficou ferido. Todos eles dormiam na casa quando o fogo começou. A casa de madeira foi destruída em cerca de 15 minutos. O fogo consumiu móveis, roupas, documentos e uma motocicleta, além de R$ 1,4 mil em dinheiro. O valor correspondia ao salário do mês que a família havia acabado de receber. O prejuízo total foi de cerca de R$ 5 mil, segundo os moradores.

Fonte: G1 MS