Três são detidos após confronto em protesto de moradores de favela do Rio

07/01/2014 19:03 Policial
Policial puxa pelo pescoço uma mulher com uma criança no braço durante protesto dos moradores da Favela do Metrô-Mangueira, na zona norte do Rio de Ja
Policial puxa pelo pescoço uma mulher com uma criança no braço durante protesto dos moradores da Favela do Metrô-Mangueira, na zona norte do Rio de Ja

Um protesto realizado por moradores da favela da Mangueira interditou na manhã desta terça-feira (7) a Radial Oeste e outras vias da zona norte do Rio de Janeiro. Na altura da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), no Maracanã, manifestantes atearam fogo a barricadas montadas com lixo e pedaços de madeira, segundo informações da Polícia Militar.

Em um princípio de confronto, PMs chegaram a utilizar spray de pimenta e bombas de efeito moral na tentativa de dispersar as pessoas que participavam do ato. Três foram detidas por desacato, de acordo com o 4º BPM (São Cristóvão), e conduzidas para a delegacia da região (18ª DP).

Por volta de 11h, as ruas foram liberadas pela Polícia Militar, mas um grupo de manifestantes permanecia no local. A Tropa de Choque chegou a ser acionada, mas não entrou em ação. O tráfego ficou lento na região, de acordo com o COR (Centro de Operações Rio). A PM informou que continuará no local para "garantir a desocupação" da Vila do Metrô.

O protesto teve início por volta das 9h45, quando um grupo de moradores da Mangueira avançou pela Radial Oeste em direção à rua São Francisco Xavier, sentido Méier. Os manifestantes reclamam de supostas remoções arbitrárias na comunidade.

O trabalho de demolição está sendo feito pela prefeitura para que seja construído um parque no local onde está situada uma das comunidades da Mangueira, conhecida como Vila do Metrô. Os moradores denunciam que, se saírem das casas, terão que ir para abrigos da prefeitura, e reivindicam o pagamento de aluguel social.

Segundo o subprefeito da zona norte, André Santos, os manifestantes não teriam direito a aluguel social ou a indenização porque supostamente invadiram casas que já haviam sido desocupadas pela prefeitura nos últimos quatro anos.

Santos afirmou que os moradores originais já teriam sido contemplados com aluguel social ou com imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

Desde 2010, a Prefeitura do Rio já demoliu cerca de 400 dos 600 imóveis que existiam no local. As demolições devem ser concluídas em um mês. O local está tomado por entulhos, casas parcialmente demolidas, esgoto a céu aberto e valas. Os moradores atuais, no entanto, foram avisados somente no momento da derrubada dos imóveis de que deveriam sair.

Uma moradora, que se identificou apenas como Maria, de 58 anos, conta que se mudou há pouco tempo para uma das casas desocupadas porque o filho ficou desempregado. Eles moravam de aluguel e, sem emprego, o filho e a nora não puderam mais pagar pelo imóvel. "A gente não tem mais para onde ir agora. Ou a gente fica aqui ou vai para debaixo da ponte", diz.

Fonte: UOL

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