André nega manobra para "destronar" Bernal da Prefeitura
Derrotado nas eleições para a Prefeitura de Campo Grande como principal líder do PMDB em Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli nega qualquer tipo de manobra ou supostas articulações de bastidores visando “destronar” o prefeito Alcides Bernal (PP) do cargo.
Na disputa pelo comando da Prefeitura em 2012, o deputado federal Edson Giroto (PMDB), atualmente secretário de Obras Públicas e de Transportes, perdeu o segundo turno das eleições para o progressista, permitindo assim o fim de uma hegemonia de mais de duas décadas à frente do comando do maior reduto eleitoral sul-mato-grossense.
Investigado por uma Comissão Processante criada pela Câmara de Vereadores para apurar supostas irregularidades administrativas, Bernal credita isso a uma manobra da oposição integrada em sua maioria por peemedebistas e aliados do governador e ao ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PMDB), atualmente secretário de Estado de Articulação Institucional com os Municípios. “Alguns partidários acreditam que eu esteja por trás das investigações e críticas ao prefeito, isto não é verdade”, declarou André Puccinelli em entrevista ontem à imprensa da Capital.
Ao contrário das insinuações feitas por Bernal, o governador garantiu que sua intenção é ajudar a administração do progressista, como tem feito, segundo ele, com outros prefeitos que procuram auxílio do governo para tocar seus municípios.
Para comprovar que está disposto a ajudar o prefeito adversário, o líder peemedebista lembrou a cedência de 450 ser-vidores estaduais para trabalhar nos 30 Ceinfs (Centros de Educação Infantil) comandados pela prefeitura da Capital.
COMISSÃO PROCESSANTE
Mergulhado em uma crise institucional sem precedentes na Capital, Bernal se movimenta na tentativa de atrair mais vereadores para a base aliada. O desejo do progressista é garantir 10 votos e impedir a cassação de seu mandato. A Câmara começa a ouvir, a partir desta quarta-feira (13), a série de depoimentos agendados para apurar as supostas denúncias de irregularidades em contratos firmados pela Prefeitura e que resultou na criação da Comissão Processante.
A fase de instrução vai começar com a inquirição de quatro testemunhas -- Érico Cezini Barreto, representante da em-presa Salute Distribuidora de Alimentos Ltda.; Elton Luiz Crestani, proprietário da empresa Jagás; Milton Felice, repre-sentante da empresa Megaserv e Mamed Dib, proprietário da empresa MDR Distribuidora de Alimentos.
O primeiro depoimento está marcado para às 9h, com Érico Chezini Barreto e o segundo, às 10h, com Elton Luiz Crestani. No período da tarde, comparecem à CP, às 14h, Milton Felice e, às 15h, Mamed Dib.
As demais oitivas estão marcadas as próximas semanas, desta vez com os secretários municipais de Saúde, Ivandro Corrêa Fonseca, no dia 19, às 14h e de Ações Sociais e Cidadania, Thaís Helena, às 16h; e da diretora da Agetran, Kátia Maria Moraes Castilho, às 15h.
No dia 20, prestam depoimento à CP os secretários municipais de Administração, Ricardo Trefzger Ballock, de Edu-cação, José Chadid; no dia 21; Wanderley Ben Hur da Silva, de Planejamento, Finanças e Controle; e a Coordenadora-geral da Central de Compras e Licitações, Gislaine do Carmo Penzo Barbosa.
No dia 25, encerrando a fase de depoimentos, será ouvido o prefeito Bernal, que ingressou na 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, com mandado de segurança solicitando a suspensão do processo de cassação e anulação do ato que criou a Comissão Processante, alegando que houve fraude à lei porque os pedidos de investigações foram baseados na CPI da Inadimplência, aprovada com os votos de 21 vereadores, dos quais quatro são integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito.
A CP da cassação do prefeito Bernal é presidida pelo vereador Edil Albuquerque (PMDB) e tem como membros José Alceu Padilha Bueno (PSL) e Flávio César Mendes de Oliveira (PT do B).
Fonte: Campo Grande News
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