Câmara recebe três pedidos de cassação de Alcides Bernal

01/10/2013 09:17 Política
Alcides Bernal teve mais três pedidos de cassação protocolados na Câmara de Campo Grande  (fotos: Elvio Lopes).
Alcides Bernal teve mais três pedidos de cassação protocolados na Câmara de Campo Grande (fotos: Elvio Lopes).

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), está passando por um período de turbulência política muito grande em sua administração, com a recusa da Câmara Municipal de acatar seus pedidos de suplementação de recursos, o encaminhamento ao Ministério Público Estadual (MPE) e Tribunal de Contas do Estado (TCE) do relatório da CPI da Inadimplência e agora, com o protocolo, na Casa de Leis, de três pedidos de cassação de seu mandato.

O primeiro pedido foi apresentado na sexta-feira passada (27), pelo aposentado Eder Sanches da Cruz, com o argumento de ato de prevaricação do prefeito, supostamente apontado pelo relatório da CPI da Inadimplência.

Antes de Sanches, o próprio presidente da CPI, vereador Paulo Siufi (PMDB), um dos declarados inimigos políticos de Bernal desde a eleição do ano passado, havia anunciado que faria pediria a cassação do prefeito, porém, preferiu esperar um popular entrar com o pedido e preservar seu voto no momento de analisar a solicitação.

Ontem, foi a vez dos produtores rurais Luiz Pedro Gomes Guimarães, ex-vice-presidente do Partido Progressista (PP), que elegeu Bernal e Raimundo Nonato de Carvalho efetuarem o protocolo de pedido de cassação do prefeito na Câmara Municipal.

Atualmente no Partido Trabalhista Nacional (PTN), Luiz Pedro Guimarães explicou que tomou a iniciativa de pedir a cassação de Bernal depois de acompanhar, por vários meses, as batalhas políticas entre o prefeito e os vereadores e que a melhor forma de resolver o problema e devolver a tranqüilidade à população de Campo Grande em relação à administração municipal, é uma investigação sobre as denúncias apresentadas no Legislativo.

Segundo Luiz Pedro disse à imprensa na manhã de ontem, o pedido de cassação do prefeito não é nada político ou pessoal contra Bernal, mas um ato de cidadania, para que a administração seja colocada em andamento, porque com conflitos de interesses a cidade não cresce.

O produtor rural enfatiza ainda que, com a instalação de uma comissão processante com fins de cassação, os vereadores podem apontar os erros supostamente praticados pela administração e Bernal poderá se defender, provando que suas atitudes estão corretas.

INFERNO

Desde que foi eleito, no segundo turno das eleições no ano passado, o novo prefeito de Campo Grande começou a enfrentar problemas com a Câmara Municipal, na época era presidida pelo peemedebista Paulo Siufi e que, como primeiro ato para atrapalhar a futura administração, reduziu a suplementação de verbas, que para Nelson Trad Filho (PMDB), era de 30%, para 5% apenas.

Até o início de setembro, Bernal conseguiu administrar sem necessidade de solicitar autorização da Câmara para remanejar recursos, porém, ao encaminhar o primeiro pedido de suplementação, de R$ 117 milhões, teve a solicitação recusada pelos vereadores, que aprovaram apenas R$ 9 milhões.

Em entrevistas coletivas, na rede social e até mesmo em programas de rádio na Capital, Bernal tem afirmado que vem sofrendo perseguição política de seus adversários, que não aceitaram a derrota e querem prejudicar sua administração. O prefeito tem se defendido e afirma estar tranqüilo quanto às denúncias formuladas contra ele.

TRÂMITE

Os três pedidos de cassação do prefeito Alcides Bernal, a exemplo de dois outros recusados na semana passada, foram encaminhados à Procuradoria Jurídica do Legislativo, que vai analisar seus conteúdos e emitir um parecer em até cinco dias da data do protocolo.

Em caso de aprovação dos argumentos dos impetrantes, os pedidos serão encaminhados a plenário e votados para a instalação ou não de uma comissão processante, que depende de maioria simples para aprovação. A Câmara Municipal de Campo Grande conta com 29 vereadores, dos quais nove seriam da base de Bernal, um estaria aderindo ao prefeito e os demais de oposição.

Fonte: Dourados Agora

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