Com Amoêdo, partido reafirma proposito de não utilizar dinheiro público

Candidatos da sigla terão que arcar com gastos da campanha que ficarão em torno de R$ 2 mil e incluem qualificação
26/09/2019 06:38 Política
Evento do Novo com Amoêdo reuniu filiados e simpatizantes na Capital. (Foto: Kísie Ainoã)
Evento do Novo com Amoêdo reuniu filiados e simpatizantes na Capital. (Foto: Kísie Ainoã)

O Novo apresentou na noite desta quarta-feira (25), em Campo Grande, seu projeto político-eleitoral para 2020. O presidente nacional da legenda e ex-presidenciável João Amoêdo foi a estrela principal da reunião, promovida em um espaço de eventos no Jardim dos Estados, na qual foram apresentadas perspectivas e reiterada a agenda liberal da agremiação. Além, é claro, da confirmação de que os aspirantes a candidatos terão de arcar com gastos que, em Mato Grosso do Sul, poderão chegar a R$ 2 mil para participarem do processo de seleção e qualificação.

Por se tratar de um evento partidário, era possível enxergar ali diferentes elementos presentes em uma convenção comum: filiados vestidos a caráter com as cores do partido (em bandeiras, camisetas, faixas e adesivos), saídos de diferentes cidades, inclusive de fora de Mato Grosso do Sul, demonstrando interesse em ouvir sua liderança principal em um ambiente amplo –um mesmo recurso usado comumente por outros partidos maiores no Estado. A diferença, ao menos para quem foi ao ato, estava no discurso de se propor a atuar de forma diferente no front político.

Entre as propostas do Novo, uma das mais conhecidas é a não utilização de recursos públicos para o custeio de atividades partidárias e de campanha –o partido dispensa o uso de verbas dos bilionários fundos partidário e eleitoral, públicos e que no ano que vem podem distribuir quase R$ 3 bilhões às agremiações. Assim, cabe aos filiados custear estas e outras atividades, incluindo aí a formação de quadros que vão às urnas pedir o voto do eleitorado.

“A taxa de inscrição para o processo seletivo de candidato a prefeito em Campo Grande é de R$ 2 mil, e de R$ 350 para vereador”, explicou o presidente regional do Novo, Rafael Rosso, afirmando que a cobrança não visa a “fazer caixa” para a legenda. “Na verdade o valor é para custear o processo de seleção, que envolve uma série de despesas relacionadas”.

Viabilidade – Da análise da biografia a entrevistas, o procedimento inclui treinamentos e capacitações nos quais os interessados serão avaliados até conseguirem a chancela dos demais. E que, em alguns casos, acaba servindo para os próprios aspirantes a um cargo público provarem serem capazes de viabilizar politicamente.

Foi o que explicou ao Campo Grande News o próprio Amoêdo, ao ser questionado se esse tipo de cobrança não afastaria, automaticamente, pré-candidatos de camadas mais humildes da população.

“O mais humilde, hoje, paga imposto para financiar campanhas dos mesmos que estão lá e não recebe nada. Já houve isso entre candidatos do Novo, ao ser reconhecido como alguém com potencial, um líder da comunidade, para o qual amigos e pessoas do partido cotizam e pagam (o curso). É justo quem puder fazer a contribuição voluntária agir. Senão, tira o dinheiro dos mais pobres, como os quase R$ 2 bilhões dos fundos que saem de todo mundo”, afirmou.

“Não queremos esses R$ 2 bilhões, então, única e exclusivamente quem for candidato vai se cotizar para o ser”, prosseguiu o ex-presidenciável, antes de iniciar palestra sobre a situação atual do país e propostas do Novo para retomada do desenvolvimento, dentro de uma toada alinhada ao liberalismo –com uma menor presença do Estado, sem, porém, que seja colado o carimbo de “direita” que participa do atual momento dicotômico da política nacional.

“Na verdade não gostamos do rótulo ‘direita’. Defendemos tudo o que dá certo no resto do mundo. O que vemos de mais liberal, com mais autonomia, foi o que deu mais resultado. É o que apoiamos”.

Positivo – O discurso é aplaudido tanto por pessoas que já integram o partido como por aqueles que afirmam simpatizar com as ideias e analisam ingressar no Novo. Foi o caso da advogada Augusta Silveira, que analisa se filiar.

“O Novo tem uma proposta diferenciada dos outros partidos no Brasil, de mais liberdade para o cidadão, de liberdade econômica, de um Estado mínimo. Isso me atrai muito: um Estado menos intervencionista e de mais liberdades”, destacou, defendendo também o autofinanciamento. “Acredito que toda instituição deve ser financiada por aqueles que acreditam nela de forma voluntária”.

Angélica Carro e Paulo Funada integram um grupo de cinco pessoas que viajaram cerca de 450 km de Presidente Prudente (SP) a Campo Grande apenas para participar da reunião do Novo. “Faço parte do Novo há um ano e meio e o Amoedo nunca esteve em nossa cidade. Não podíamos perder a oportunidade”, disse Paulo, segundo quem o partido “tem valores que a população quer”. “A maioria dos filiados e mandatários não é de políticos de carteirinha”, prosseguiu. Angélica, por sua vez, reiterou pautas como um Estado menor e a renovação “para trazer civilidade à política do país”.

De Dourados –a 233 km da Capital–, o arquiteto aposentado Cesar Luchi planejava a estruturação do diretório local. “Essa conversa com o Amoedo vai ajudar a gente a orientar para 2020”, disse, antecipando a intenção de o Novo lançar candidaturas na cidade, tendo a filosofia partidária como uma “propaganda”. “O que a população precisa é ser informada a esse respeito, que há um partido que não usa recurso público, ao contrário de outros pagos pela população de forma coercitiva”.

“Sabemos o momento difícil do Brasil e na política e queremos promover mudanças. Mas acho que alguns exemplos que damos são positivos, como o corte de privilégios, redução de mordomias e o apoio a pautas essenciais de crescimento do país. Temos tido esse reconhecimento pelo crescimento dos filiados”, complementou João Amoêdo.

Fonte: Humberto Marques / Campo Grandes News

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