Com salário de R$ 30 mil, fiscal tributário de MS recebeu propina da Odebrecht
José Miguel Milet, de codinome "palha", fiscal tributário do Estado atualmente lotado em Sidrolândia e que recebia salários de R$ 30 mil por sua atividade é mais um sul-mato-grossense citado por delatores da Odebrecht.
Ele recebeu R$ 82,5 mil em propina da empreiteira, segundo delação feita pelo ex-diretor João Antônio Pacífico à Operação Lava Jato.
De acordo com o delator, uma comissão especial formada por funcionários públicos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Governo Federal negociava repasses da União para os Estados, que acabava nas contas da empresa no exterior. Milet, de codinome "Palha", era o representante sul-mato-grossense na comissão.
De acordo com o Campo Grande News, na delação, Pacífico afirma que houve pagamento de propina a Milet, entre os anos de 2006 e 2007.
Ele teria recebido R$ 82.500,00 da empresa em troca de agilizar pagamentos de verbas estaduais à Odebrecht – no trecho da delação divulgado não é possível determinar qual efetivamente foi o papel do servidor no suposto esquema.
São citados na mesma delação o secretário-adjunto de Mato Grosso na época, Edmilson José dos Santos, o procurador geral do estado vizinho, João Virgílio do Nascimento Sobrinho, e o também procurador mato-grossense Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, com o recebimento de R$ 330 mil em propinas cada.
Milet, conforme fontes consultadas pela reportagem do site da Capital, nunca ocupou cargo de expressão no Poder Público Estadual. No entanto, viajava sempre a Brasília, onde dizia ter boa relação com a alta cúpula do poder, e se gabava dizendo que já havia namorado "uma assessora do Lula".
Em 2009, ele também integrou a lista de denunciados à Justiça pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), entre 14 envolvidos no esquema de sonegação fiscal no transporte e retirada de madeira, alvo da "Operação Cupim".
Os acusados na operação responderam pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e falsificação de documento público. A ação envolvia funcionários públicos e empresários, que estariam agindo de maneira a evitar a fiscalização dos carregamentos que transitavam em Mato Grosso do Sul, causando prejuízos fiscais e ambientais.
No portal da transparência do Governo de Mato Grosso do Sul, Milet aparece como ativo nos quadros da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), com remuneração mensal de R$ 30.479,03.
Fonte: Do Dourados News
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