CPI que pode cassar prefeito de Itaporã coleta novas denúncias
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada na Câmara de Itaporã e que pode levar à cassação do prefeito Wallas Milfont (PDT) deve ter o relatório final entregue nos próximos dias. Quem garante isso é o relator do processo, vereador Gladstone Rafael da Silva (PTB). O parlamentar informou ao Diário MS que foram descobertas novas denúncias de irregularidades na criação das duas unidades de ESF (Estratégia Saúde da Família) que motivaram as investigações.
Essa CPI foi criada porque o Legislativo encontrou fortes indícios de improbidade administrativa por parte do prefeito. A denúncia teve como ponto de partida a constatação de que anunciados por Milfont em 2013 não estavam em funcionamento, apesar da obtenção de mais de R$ 70 mil em verbas federais para a manutenção das unidades.
Depois que o Diário MS trouxe à tona a denúncia dos vereadores, o prefeito de Itaporã manifestou-se em entrevista à rádio Grande FM e disse estar tranquilo. “O dinheiro está em caixa e qualquer pessoa pode ir à prefeitura olhar o extrato bancário da conta do governo municipal. Não tenho o que temer”, garantiu Milfont à época.
Mas o argumento do mandatário cai por terra, conforme o relator da CPI. “Eu analisei extratos bancários da conta dos ESF e fica comprovado que o dinheiro [repassado pelo governo federal] foi usado nos meses de setembro e outubro de 2013”, disse Gladstone ao Diário MS. “Houve a movimentação de pelo menos R$ 100 mil sem que o posto exista”.
Essa nova informação já está inclusa no relatório e deverá ser somada a outra grave denúncia feita pelo vereador. “No ESF do Bairro Bandeirantes houve faturamento de medicamentos e procedimentos médicos em outubro e novembro de 2013”, revela. Nesse caso, o vereador pontua que o município pede reembolso da União pela realização de consulta médica, pré-natal e aferição de pressão num posto de saúde que sequer saiu do papel.
A inexistência da ESF foi confirmada pelo próprio prefeito de Itaporã. Na entrevista à Grande FM, ele explicou que a unidade em questão precisa passar pelas fases de criação, implantação e funcionamento, o que não foi concretizado ainda. “A verba está guardada, acumulando juros e correção monetária”, justificou Milfont naquela oportunidade.
Diante dos contraditórios argumentos utilizados pelo prefeito, Gladstone acredita que a CPI pode culminar numa acusação consistente. “Já estou prestes a encaminhar o relatório final da CPI e com os documentos que estão por vir, devemos apresentar fatos concretos difíceis para o prefeito explicar”, avalia. “Mesmo alguns vereadores da base do prefeito me acusando indevidamente, isso não tira a veracidade dos documentos e nem a culpa dos governantes”.
Fonte: Diário MS
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