O início da propaganda eleitoral na TV e o atentado contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), tiveram pouco impacto nas intenções de voto do presidenciável, que ainda viu sua rejeição aumentar, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (10). No período recente também houve diminuição do apoio a Marina Silva (Rede), que antes estava isolada em segundo lugar, e, agora, está empatada com outros três concorrentes.

Bolsonaro registrou 24% das intenções de voto segundo levantamento do Datafolha, oscilação positiva em relação à última pesquisa, do dia 22 de agosto, quando obteve 22% das intenções de voto. A diferença está dentro do limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa foi a campo nesta segunda-feira e, portanto, já mediu o impacto do atentado que manteve o candidato na UTI e com dificuldades para fazer campanha.

Marina, que tinha 16% em agosto, obteve 11% na amostragem desta segunda, em situação de empate técnico com outros três candidatos. Ela foi ultrapassada numericamente por Ciro Gomes (PDT), que subiu de 10% para 13%. Geraldo Alckmin (PSDB) tinha 9% e agora anotou 10%. Fernando Haddad (PT), candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tinha o apoio de 4%, e, agora, obteve 9%.

O Datafolha não mediu o apoio à candidatura de Lula, que no fim de agosto teve a postulação barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.

Transferência de votos

O instituto pesquisou também a taxa de transferência de votos do petista para Haddad e se a população sabe que Haddad será o candidato no lugar de Lula, mas essas informações ainda não foram divulgadas pela TV Globo, que contratou a sondagem junto com o jornal "Folha de S. Paulo".

De acordo com o Datafolha, Álvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) têm 3% das intenções de voto cada um. Guilherme Boulos (Psol), Cabo Daciolo (Patri) e Vera Lúcia (PSTU) registram 1% cada. José Maria Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL) não pontuaram. Os votos em branco e nulo somaram 15%, e, os eleitores indecisos, 7%.

Segundo turno

Líder nas pesquisas no primeiro turno, Bolsonaro, perde no segundo turno para todos os adversários que aparecem mais competitivos na eleição, com exceção de Haddad, segundo simulações feitas pelo Datafolha.

Bolsonaro perderia, segundo o Datafolha, de 43% a 37% para Marina Silva (Rede); de 43% a 34% para Geraldo Alckmin (PSDB); de 45% a 35% para Ciro Gomes (PDT). Fernando Haddad, possível candidato do PT, é o único com o nome testado que não venceria o candidato do PSL: o petista tem 39%, Bolsonaro, 38%, uma situação de empate técnico.

Alckmin também só venceria Haddad no segundo turno, por 43% a 29%. O tucano está em situação de empate técnico com Ciro no limite da margem de erro: o pedetista teria 39% contra 35% do ex-governador de São Paulo. E numericamente atrás, mas empatado tecnicamente, com Marina: 38% a 37%. Marina venceria Haddad por 42% a 31%.

Rejeição 

A rejeição à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência aumentou e chegou a 43%, ante 39% registrados em 22 de agosto, segundo a pesquisa Datafolha divulgada hoje.

Marina Silva é rejeitada por 29%, acima da pesquisa anterior, quando 25% diziam que não votariam nela. Alckmin tem rejeição de 24%, Haddad, de 22%, e, Ciro Gomes, de 20%.

Cabo Daciolo (Patri) e Vera Lúcia (PSTU) são reprovados por 19%. José Maria Eymael (DC) é rejeitado por 18%; Guilherme Boulos (Psol) e Henrique Meirelles (MDB), por 17%; João Goulart Filho (PPL) e João Amoedo (Novo), por 15%; e Álvaro Dias (Podemos), por 14%.

A pesquisa Datafolha, contratada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S. Paulo" e registrada sob o número BR 02376/2018 no TSE, foi a campo nesta segunda-feira e entrevistou 2.820 eleitores em 198 municípios em todos os Estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Fonte: Raphael Di Cunto | Valor / Valor Econômico