Delcídio alerta: Azambuja apoia ação do PSDB que pode quebrar MS

10/10/2014 15:25 Política
Delcídio diz que Reinaldo prefere ficar calado em vez de defender interesses de MS.. Assessoria
Delcídio diz que Reinaldo prefere ficar calado em vez de defender interesses de MS.. Assessoria

O candidato Delcídio do Amaral acusa Reinaldo Azambuja (PSDB) de apoiar o governo de São Paulo na disputa travada com  Mato Grosso do Sul pela cobrança do ICMS sobre o gás natural importado através do gasoduto Bolívia Brasil.

“É no mínimo estranho que somente agora o Reinaldo reconheça o gasoduto como obra fundamental para o estado, enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que é do partido dele (PSDB), aciona a Justiça para nos tirar a cobrança do ICMS sobre o gás , o que, se acontecer, simplesmente quebra o nosso estado. Através do silêncio, ele sempre compactuou com o seu companheiro de partido , mesmo sabendo que São Paulo é um estado rico e que Mato Grosso do Sul depende desses recursos para sobreviver“, avalia Delcídio, ao comentar declarações dadas por Azambuja a um jornal da capital nesta sexta-feira, 10 de outubro.

Delcídio foi ministro das Minas e Energia no governo do ex-presidente Itamar Franco, quando foi assinado o contrato com a Bolívia para a construção do gasoduto. Posteriormente, como diretor de Gás e Energia da Petrobras , deu sequência a obra. Ele sempre defendeu o projeto em função dos benefícios que oferece não só para a arrecadação,  mas para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. “Mesmo com a possibilidade de o nosso estado quebrar com a perda de até R$ 1,2 bilhão/ano, referentes aos 16% do ICMS sobre o gás natural, Azambuja não questionou a articulação feita pelo PSDB de São Paulo em desfavor da Ação Civil Ordinária (ACO 854), ingressada pelo governo de MS em 2006, no Supremo Tribunal Federal (STF), para defender a permanência dos recursos aqui. Diz o dito popular: quem cala, consente !”, destacou.

O processo movido pelo PSDB contra Mato Grosso do Sul pretende transferir para São Paulo a titularidade sobre a  cobrança do ICMS nas operações de importação e comercialização de gás boliviano. No entendimento de Delcídio e de vários tributaristas, o direito de arrecadar o imposto sobre o  gás importado da Bolívia cabe ao estado pelo qual  entra o combustível no país, no caso Mato Grosso do Sul,  e não ao consumidor final, São Paulo. Recentemente, lideranças do PSDB ressuscitaram a discussão sobre transferência da cobrança do ICMS do gás boliviano para São Paulo. “ Reinaldo Azambuja, novamente, se calou e não defendeu os recursos conquistados por Mato Grosso do Sul, o que é um indicativo claro de que ele concorda com a ação”, lembrou Delcídio.

Especialistas da área alertam que a perda de 16 % da receita de ICMS provoca um rombo insanável nas contas de Mato Grosso do Sul. Não haveria, inclusive,  condições de se fazer investimentos e  garantir os serviços essenciais à população. Essa perda de receita traria também graves consequências para a prestação de serviços públicos essenciais, como  saúde e educação. O governo do estado  deixaria de investir cerca de R$ 108 milhões anuais na saúde, recursos  suficientes para construir 4 Centros de Diagnóstico ou 3  Hospitais Regionais de 250 leitos cada. Na área de educação a perda do ICMS do gás inviabilizaria investimentos de aproximadamente  R$ 225 milhões anuais - o que representa 70% todo o investimento no ano de 2013 no Ensino Médio. A  folha de pagamento do estado, que hoje está no limite de 60 % da arrecadação, passaria a corresponder a mais de 70%, o que é proibido pela legislação. A transferência da cobrança para São Paulo trará também sérios prejuízos a economia dos municípios cuja sobrevivência depende necessariamente dos repasses de FPM e do ICMS estadual.  Tomando por base a arrecadação de 2014,  as prefeituras perderiam este ano R$ 300 milhões , o que as deixaria sem  condições de pagar servidores. Muitas delas teriam que fechar as portas, como , por exemplo, Sidrolândia, Bataiporã, Pedro Gomes, Taquarussu, Sete Quedas, Tacuru, Paranhos, Japorã, Camapuã e Jardim.

Risco - Na ação que corre na Justiça, a Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável aos argumentos do governo do PSDB, o que pode influenciar no julgamento do mérito, deixando Mato Grosso do Sul em profunda crise. Atualmente, a ação está suspensa no STF, em virtude de liminar proferida anteriormente determinando que São Paulo abstenha-se de recolher o tributo sobre as operações com gás importado da Bolívia.

A favor de Mato Grosso do Sul, Delcídio tem lutado incansavelmente para conter a ação do PSDB. Como senador e presidente  da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado,  ele tem batalhado junto ao Judiciário e ao Ministério da Fazenda para que o nosso estado mantenha o direito de recolher o ICMS sobre o produto boliviano. Além disso, uma das propostas de governo de Delcídio é justamente estimular o uso cada vez mais frequente do gás natural para promover o desenvolvimento em diferentes regiões de MS. Das muitas vantagens atribuídas ao produto, a mais importante é a segurança, já que o combustível é distribuído de forma canalizada, o que elimina a necessidade de estocagem e reduz o risco de acidentes, além do baixo custo, em média 30% mais barato do que o GLP.

 

Fonte: Assessoria

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