Depoimento de ex-diretor deixa candidato Delcídio muito tenso
A revelação de parte do conteúdo do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delatando políticos que receberam propinas, provocou muita tensão no comitê do senador Delcídio do Amaral (PT), candidato a governador de Mato Grosso do Sul.
O nervosismo de Delcídio está incontrolável. A entrevista dele no programa Povo na TV, do SBT, mostrou o nível da tensão quando se irritou com as perguntas nada ofensivas do apresentador Tatá Marques.
Um dos colunistas mais informados do Brasil, Cláudio Humberto, publicou no sábado (6) como está o nível do estresse do candidato petista. Com o título “Dias de tensão”, o texto diz: “Por suas conhecidas relações com a Petrobras, onde já foi diretor, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) é um dos políticos mais tensos com a delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Foi Delcídio quem indicou Nestor Cerveró, outro diretor enrolado no escândalo”.
Cerveró foi gerente de Energia da Petrobras quando Delcídio era diretor de Gás e Energia. Depois de eleito senador, indicou o amigo e antigo assessor para a diretoria da área internacional da estatal. Neste cargo, Cerveró teria preparado relatório falho, como disse a presidente Dilma Rousseff, que induziu a Petrobras a comprar a refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, por US$ 1,2 bilhão quando o preço de mercado era de pouco mais de US$ 40 milhões. Com preço superfaturado, o negócio foi considerado prejudicial à estatal. Depois da explosão do escândalo envolvendo Cerveró, estourou outra denúncia de corrupção na Petrobras envolvendo o então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal sob acusação de lavagem de R$ 10 bilhões. Isolado, o ex-diretor negocia com o Ministério Público Federal a redução de pena em troca de delação premiada. Ele começou a revelar o nome dos políticos que receberam propinas.
Entre os políticos indicados estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados Cândido Vaccarezza (SP), João Pizzolatti (PP-SC) e o ex-ministro Mário Negromonte (PP).
Entre os governadores, o ex-diretor cita o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).
Fonte: Correio do Estado
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