Deputada elogia o marido/Prefeito em voto por impeachment e horas depois ele é preso
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira a Operação “Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde”, que resultou na prisão do atual prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB).
A mulher do prefeito, a deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), votou no domingo (17) a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, quando elogiou a gestão do marido.
A operação da PF consiste no cumprimento simultâneo de oito mandados judiciais expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região: quatro de busca e apreensão, dois de busca pessoal, além de dois de prisão preventiva.
As investigações demonstram que os acusados, direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, pretendiam favorecer um hospital privado e não filantrópico, pertencente e gerido de fato pelo prefeito municipal, seus familiares e respectivo grupo econômico.
Os acusados procuraram inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais públicos de Montes Claros. Em outubro de 2015, por exemplo, os investigados promoveram a retirada de cerca de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais, deixando de prestar os correspondentes serviços pela rede municipal, causando graves prejuízos à população de quem os serviços foram suprimidos.
Os presos, já denunciados, responderão pelos crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato, prevaricação e peculato. Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos.
Brasília
Ruy Muniz estava em Brasília, onde acompanhava a votação. Além dele, a PF também prendeu a secretária de Saúde do município, Ana Paula Nascimento.
Na noite de domingo (17), Raquel Muniz disse em seu voto a favor da abertura de processo contra a presidente que tomava aquela decisão "para dizer que o Brasil tem jeito" e que "o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".
"É pelo norte de Minas, é por Montes Claros, é por Minas Gerais, é pelo Brasil", afirmou.
A prefeitura de Montes Claros divulgou nota na qual afirma que a prisão do prefeito decorre de "perseguição política" e classificou a prisão como "absurda".
"Ao cobrar profundas mudanças no sistema de saúde de Montes Claros, em defesa da população, o prefeito contrariou interesses e provocou forte perseguição política", diz a nota. "A prefeitura tem plena convicção de que a decisão, absurda, será revertida e a Justiça prevalecerá.
Tânia Raquel de Queiroz Muniz e o marido, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz. Foto: Reprodução.
Fonte: Letícia Casado, da Valor, com Folhapress
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