Além da promessa de liberação de verbas para estradas, o governador André Puccinelli (PMDB) ouviu da presidente Dilma Rousseff, durante audiência na manhã de quarta-feira (7), em Brasília, o apelo para que seu grupo político feche questão em torno da candidatura do senador Delcídio do Amaral (PT) ao governo de Mato Grosso do Sul.

Na conversa com o governador, Dilma fez questão de dizer que havia tirado o PSDB do caminho de Delcídio, referindo-se ao veto nacional à aliança com o PT no Estado, e que agora gostaria que o PMDB, do qual seu partido é aliado no plano nacional, pensasse com carinho a ideia de aliança, revelaram interlocutores.

Dilma fez menções ao projeto que estava sendo arquitetado entre Delcídio e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) e que foi vetado pelo comando nacional petista sob alegação que o PT não poderia se unir a um partido que iria enfrentá-la nas eleições ao Palácio do Planalto com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos de seus principais adversário no Congresso Nacional. A ideia é que o PMDB abra mão de candidatura própria e indique os candidatos à vice e ao Senado na chapa majoritária a ser encabeçada por Delcídio.

Nesse caso, o PMDB teria de derrotar, durante sua convenção, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, já em pré-campanha ao governo, para homologar a proposta de aliança com o PT. Os indicados, nessa hipótese, seriam o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (vice) e a vice-governadora Simone Tebet (Senado).

Fontes da Assembleia asseguram que Jerson Domingos estaria articulando há muito tempo a sua indicação para ser o companheiro de palanque de Delcídio, antes mesmo de ser lembrado para ir para o TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Ao tomar conhecimento da movimentação do correligionário e da tentativa de seu partido de se unir ao PT na disputa governamental, o deputado federal Geraldo Resende confidenciou a amigos que também tem interesse pela vaga de vice e que iria entrar na disputa interna do PMDB visando a sua indicação.

Barganha política

A moeda de troca para assegurar o apoio do PMDB em Mato Grosso do Sul, ainda conforme as mesmas fontes, seria a liberação de verbas federais para investimento no Estado.

Na reunião com André, Dilma acertou a liberação de recursos federais para a construção de rodovias no Estado.

De acordo com o jornal Correio Braziliense, o governador informou que a obra da BR-419 será incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A estrada une o sudoeste ao norte e sul do estado. A rodovia terá 214 quilômetros de extensão, e a estimativa de investimento chega a R$ 350 milhões.

André informou que a previsão é que a conclusão da rodovia leve de dois anos a três anos. O encontro entre os dois líderes políticos também foi destaque na edição online do jornal O Globo, do Rio de Janeiro. O governo federal destinará recursos também para a conclusão da primeira etapa da Rodovia Sul-Fronteira, que margeia cinco províncias paraguaias e o estado de Mato Grosso do Sul.

A primeira etapa da rodovia terá a extensão de 80 quilômetros, em cerca de 40 quilômetros as obras já foram iniciadas, mas estão paradas. A estimativa de investimento alcança R$ 50 milhões, segundo o governador.

Durante a reunião, foi discutido um projeto para federalizar a Rodovia Sul-fronteira, que é estadual. “É uma rodovia importante para os dois países. É local de passagem de contrabando e essa rodovia, pela fiscalização intensa [que receberá] ao ser federalizada, fará com que nosso estado possa ficar infenso ao volume de contrabando”, disse André.

Fonte: Dourados Agora