Em Porto Alegre, Ciro evita falar em apoio do PT e faz críticas ao STF e à Lava Jato
Em Porto Alegre para um debate entre pré-candidatos à Presidência da República no Fórum da Liberdade, Ciro Gomes (PDT) falou com jornalistas nesta segunda-feira, 9, sobre sua candidatura e o cenário político. Evitou falar na negociação de um eventual apoio do PT e criticou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Operação Lava Jato.
“É preciso paciência, o PT passa por um momento difícil, mas o Brasil precisa construir uma liderança forte”, disse.
A formação de uma frente ampla de esquerda, para Ciro, depende de “um pacto ao redor de questões práticas”.
“Não se pode fazer uma reunião para afirmar um adjetivo ou negar outros. É preciso mostrar que temos uma resposta melhor do que a direita para a equação do emprego, da saúde pública, da violência impune, da corrupção e tentar forçar que a gente enentenda que a educação é uma coisa inadiável também”, ponderou.
Referindo-se a si mesmo várias vezes como “um velho professor de direito”, Ciro disse que não gosta de “delegado falando” e criticou o STF no caso que levou à prisão de Lula: “É muito exótico que havendo uma tese em pendente deliberação haja se optado pela apreciação de um caso em concreto”.
Também disse ser “exótico que um voto seja dado contra as próprias convicções do magistrado em nome das decisões pretéritas do colegiado”, numa provável referência ao voto de Rosa Weber.
Respingaram críticas ainda à operação Lava Jato. “Nenhum dos altíssimos dignitários do PSDB com somas volumosas de dinheiro demonstradas na Suíça passou por nenhum tipo de constrangimento. Se não é deliberado, é preciso que a justiça entenda que a maioria da sociedade brasileira está muito desconfiada deste desequilíbrio”, afirmou. “Parece que a lei severa só vale para um lado”, complementou.
Fonte: Taís Seibt / Estadão
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