Em sessão de cinco horas, oposição adia anulação de eleição da Mesa em Dourados
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Sessão da Câmara de Dourados foi encerrada às 23h10 sem votar requerimentos da base aliada da prefeita (Foto: João Pires/Estado Notícias)
Recorrendo a pedidos de vistas e discussões intermináveis, a bancada de oposição conseguiu ganhar mais tempo e adiou, pelo menos por alguns dias, a anulação do processo eleitoral da Mesa Diretora da Câmara de Dourados.
Durante quase cinco horas, na noite desta segunda-feira (10), o grupo dos oito vereadores de oposição ao Executivo impediu a votação de dois requerimentos da base aliada, formada por nove vereadores.
Inicialmente o grupo de apoio à prefeita Délia Razuk (PR) tentou substituir na chapa “Legislativo Forte” os vereadores Pedro Pepa (DEM), candidato a presidente, e Pastor Cirilo Ramão (MDB), candidato a segundo secretário.
Junto com Idenor Machado (PSDB) e outras sete pessoas, os dois estão presos desde o dia 5 deste mês, acusados de corrupção na Câmara douradense.
A ideia era colocar Alberto Alves dos Santos, o Bebeto (PR) no lugar de Pepa como candidato a presidente e Janio Miguel (PR) como candidato a segundo secretário no lugar de Cirilo.
Entretanto, a troca de nomes foi rejeitada pela assessoria jurídica da Casa, já que o prazo regimental para substituição terminou na quarta-feira (5).
O vereador Elias Ishy (PT) disse que o pedido era uma manobra, já que tanto Pedro Pepa quanto Cirilo não pediram afastamento, como fez Idenor Machado, e continuam exercendo o mandato, mesmo presos, e vão até receber salário. Ou seja, podem ser votados.
Anulação – Como anunciou em entrevista coletiva na tarde de hoje, a tropa de choque da prefeita pediu a anulação do processo eleitoral. Só que não houve tempo para o pedido ser colocado em votação. a sessão só pode ir até 23h10, como determina o Regimento Interno.
Em requerimento apresentado à Mesa Diretora, o grupo dos nove afirma que o processo eleitoral se tornou nulo pelo fato de a presidente da Câmara Daniela Hall (PSD) não ter convocado, no domingo (9), outra sessão extraordinária para o dia seguinte. A sessão ocorreu nesta segunda, mas só foi convocada duas horas antes.
Na tribuna, Elias Ishy afirmou que mais uma vez, ao desistir da substituição dos nomes e tentar a anulação da eleição, a base aliada tenta uma manobra.
Se insistisse no primeiro pedido, o grupo precisaria de dez votos para mudar o Regimento Interno e permitir a troca de nomes mesmo com o prazo vencido.
Com Pedro Pepa e Cirilo Ramão presos, a tropa de choque tem nove votos. Idenor também é da base, assim como seu substituto, o suplente Mauricio Lemes Soares (PSB).
A sessão terminou com contagem regressiva feita por pessoas presentes nas galerias para protestar contra os vereadores aliados da prefeita.
A outra chapa inscrita para a eleição tem como candidato a presidente o vereador Alan Guedes (DEM). Apoiam a chapa os vereadores Marçal Filho e Sérgio Nogueira (os dois do PSDB), Daniela Hall, Lia Nogueira (PR), Elias Ishy, Olavo Sul (Patriota) e Madson Valente (DEM).
Daniela Hall disse ao final da sessão que a saída para o impasse será recorrer à Justiça, para que o Judiciário determine qual solução deve ser adotada – substituição dos nomes ou novo processo eleitoral.
Fonte: Helio de Freitas, de Dourados / Campo Grandes News
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