Falta apoio delas, dizem deputados sobre ausência de mulheres

Pela primeira vez em 27 anos, Casa de Leis não terá bancada feminina a partir de 2019
09/10/2018 14:47 Política
Deputada Mara Caseiro (de blusa rosa) em audiência de prestação de contas da Secretaria de Estado de Saúde (Foto: Luciana Nassar/Arquivo)
Deputada Mara Caseiro (de blusa rosa) em audiência de prestação de contas da Secretaria de Estado de Saúde (Foto: Luciana Nassar/Arquivo)

“Faltaram candidatas e as eleitoras votarem nelas”. A afirmação do deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB), reeleito para a Assembleia Legislativa, resume o que parte dos parlamentares acredita ser o motivo para, pela primeira vez em 27 anos, nenhuma mulher ter sido eleita para a Casa de Leis.

Representante da bancada feminina na sessão desta terça-feira (9), Mara Caseiro (PSDB) comentou que são as mulheres que saem perdendo. “A nossa representação já era pequena, de 10%, agora mesmo vai ficar mais difícil [defesa e projetos voltados às mulheres] porque não houve nenhuma mulher eleita”, afirmou.

A deputada disputou a reeleição, mas não garantiu a vaga. Já Antonieta Trad (MDB) e Grazielle Machado (PSD) nem entraram na disputa pela 24 cadeiras.

Rinaldo Modesto, líder do PSDB na Assembleia, diz que mulheres precisam se engajar mais. “A mulher precisa participar mais de política e inclusive as eleitoras terem esta sensibilidade na hora da votação. No âmbito federal, a situação foi melhor, a Rose [Modesto] foi mais votada [para a Câmara Federal] e houve aumento no número de mulheres eleitas”.

Felipe Orro (PSDB) e José Almi Pereira Moura, o Cabo Almi (PT), prometeram assumir a responsabilidade de representar as mulheres na Casa de Leis.

“Resta agora os homens se engajarem nas pautas femininas para que este prejuízo não seja tão grande. Mas haverá perda sim”, opinou o peessedebista.

“Vou continuar apresentando projetos voltados aos direitos e segurança da mulher, mas as mulheres precisam ter mais consciência e eleger mais representantes”, completou o petista.

Cenário - Mato Grosso do Sul terá, pela primeira vez, duas mulheres senadoras, Simone Tebet (MDB) e a estreante na política Soraya Thronicke (PSL), mas embora o eleitorado sul-mato-grossense seja composto por 978.830 mulheres votantes, o que representa 52,121% dos 1,8 milhão eleitores, nenhuma das 103 candidatas conseguiu vaga no Legislativo.

O Estado só não elegeu mulheres em apenas duas legislaturas – como são chamadas os períodos dos mandatos de cada assembleia eleita – desde a divisão e criação do Estado. Isso aconteceu em 1979 e em 1991.

Na Câmara Federal, onde são oito deputados federais por Mato Grosso do Sul, duas são mulheres. Rose Modesto (PSDB) e Tereza Cristina (DEM).

Nacional - Dos 513 deputados federais eleitos e reeleitos, 77 são mulheres, o que representa 15% do total da Câmara dos Deputados. Apesar de o número ainda ser baixo é maior em comparação às eleições de 2014, quando 51 mulheres chegaram ao Legislativo federal, conforme levantou a Agência Brasil.

A bancada de mulheres no Senado para os próximos quatro anos pode ser menor do que a atual. Com sete senadoras eleitas e uma vaga de suplente assumida, a Casa terá 12 senadoras, uma a menos do que o grupo atual. O número pode aumentar e se igualar ao atual, caso a senadora Fátima Bezerra (PT), que disputa o segundo turno para o governo do Rio Grande do Norte, não seja eleita e retorne para o restante do seu mandato.

Fonte: Anahi Zurutuza e Leonardo Rocha / Campo Grandes News

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