Investida do governo tenta tirar prefeitos e vereadores do PT e do PMDB em MS
Uma forte investida que está sendo articulada nos bastidores pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), visa atrair a filiação de vários prefeitos e vereadores, inclusive do PT e do PMDB, em Mato Grosso do Sul.
Além de fortalecer os quadros do PSDB, a ideia do governador é fragilizar as bases eleitorais dos principais rivais políticos no Estado.
Na prática, o PSDB planeja chegar com mais musculatura nas eleições municipais do ano que vem visando eleger o maior número de prefeitos e de vereadores no Estado.
Atualmente, o PSDB controla 13 prefeituras sul-mato-grossenses, incluindo as filiações dos prefeitos Cacildo Pereira (Santa Rita do Pardo) e Yuri Valeis (Sonora), egressos do PRP e do PR.
Os dois prefeitos foram apenas os primeiros de uma série de adesões que a cúpula regional do PSDB pretende oficializar até setembro deste ano – data-limite de filiação estabelecida pela legislação eleitoral para quem deseja postular cargos eletivos em 2016.
As duas recentes adesões, ainda a serem oficializadas em data a ser marcada pela cúpula partidária, já fazem parte da manobra governista em torno do fortalecimento do grupo de Azambuja, que chegou a provocar ruínas no nanico PRP, de onde tirou o presidente regional, Dorival Betini, seu único prefeito, Cacildo Pereira, e outras lideranças regionais e municipais.
A investidura tucana nos quadros de outras legendas conta com as mãos amigas de um dos maiores articuladores políticos do País, o ex-deputado estadual e presidente regional do PR, Londres Machado, que, embora esteja sem cargo eletivo, continua sendo peça importante no tabuleiro político estadual.
Candidato a vice-governador derrotado na chapa do senador Delcídio do Amaral (PT) nas eleições de 2014, o cardeal republicano despacha diariamente no gabinete de sua filha, deputada estadual Grazielle Machado (PR), integrante da base de apoio de Reinaldo Azambuja, na Assembleia Legislativa.
Apesar de operar sob sigilo, o PSDB tem pelo menos um prefeito do PT em sua extensa lista de adesões, garantem interlocutores com trânsito livre no Parque dos Poderes. A revoada para o ninho tucano deve envolver entre oito a 10 prefeitos, numa primeira etapa.
O principal articulador das adesões é o chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, braço direito do governador Reinaldo Azambuja.
OBSTÁCULO
A dificuldade, segundo as mesmas fontes palacianas, está sendo tirar prefeitos do PMDB devido à forte atuação do ex-governador André Puccinelli, líder maior do partido no Estado.
André, que ao deixar o governo alardeou o desejo de aposentar-se, reativou o seu escritório político em Campo Grande, de onde tem articulado na tentativa de manter as bases peemedebistas com a mesma densidade eleitoral.
Outro obstáculo para minar as bases peemedebistas seria o fato de o partido aliado comandar a Assembleia, cuja bancada é majoritária na Casa. Presidente da Mesa Diretora, o peemedebista Júnior Mochi também tem orientado os prefeitos e vereadores a não se dispersar.
Além de Mochi, integram a bancada do PMDB os deputados Maurício Picarelli, Marquinhos Trad, Antonieta Amorim, Eduardo Rocha e Renato Câmara.
Atualmente, o PMDB comanda 20 prefeituras, sendo o maior partido em Mato Grosso do Sul.
O ex-governador sabe das pretensões políticas de Reinaldo Azambuja visando fortalecer o PSDB, cujo partido ele (André) tentou esvaziar quando comandou o Estado, levando vários prefeitos para os quadros peemedebistas.
Apesar de derrotado em sucessivos pleitos, incluindo a prefeitura de Campo Grande e o governo estadual, o PMDB ganhou sobrevida a partir da eleição de Júnior Mochi como presidente da Assembleia.
A leitura que se faz é que o partido do ex-governador tem tudo para se fortalecer politicamente, isso porque controla um dos maiores orçamentos do Estado, já que o duodécimo do Poder Legislativo é R$ 220 milhões anuais.
Para analistas, controlar o legislativo com o auxílio de outros partidos, como o PT, que conta com quatro parlamentares – Amarildo Cruz, Cabo Almi, João Grandão e Pedro Kemp - é um grande trunfo para um grupo político que sentia o esfacelamento iminente após várias derrotadas seguidas no Estado.
A primeira prova de fogo ocorrerá o ano que vem, quando o PMDB voltará às urnas para tentar reeleger a maioria de seus cerca de 20 prefeitos, além de vereadores, e eleger novas lideranças políticas na Capital e no interior.
Fonte: Willams Araújo/Conjuntura Online
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