Lula convoca governo a reorganizar alianças com "os setores mais à esquerda"

24/12/2014 10:44 Política
Reprodução/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (23) que o PT precisa tirar lições da disputa apertada de 2014 e reorganizar sua base de alianças com os setores "mais à esquerda" da sociedade.

"Temos que tirar as lições da dureza desse processo eleitoral, nós temos que saber que uma próxima eleição vai ter se dar numa outra lógica política", afirmou Lula em mais um vídeo de uma série que tem sido divulgada pelo Instituto Lula.

Para o ex-presidente, "o aperto" dessas eleições pode ser explicado pelo desgaste do partido, que comanda o País há 12 anos - sendo dois mandatos do próprio Lula e um da presidente reeleita Dilma Rousseff.

"Tem um processo de ascensão de outro lado. Eles foram muito duros e acho que serviu como lição para nós", disse, sem citar diretamente o PSDB, partido com o qual o PT tem travado a polarização na política brasileira.

Lula disse ainda que a quantidade de votos angariados pelos tucanos tem mantido o patamar nos últimos anos, com exceção da candidatura de Geraldo Alckmin, em 2006.

- Isso significa que tem uma quantidade de votos no País para os setores conservadores.

Segundo ele, o que explica a margem de votos mais apertada no pleito deste ano é que o PT sofreu um processo de desmobilização, após a saída da base de partidos como o PSOL e o PSTU, além de figuras importantes, como a ex-ministra e candidata derrotada à Presidência Marina Silva, além de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, morto em agosto passado quando era candidato presidencial.

- Nós perdemos um pouco de apoio e esse apoio foi para o outro lado.

O ex-presidente afirmou que o partido precisa aproveitar os próximos quatro anos do mandato da presidente Dilma para "tentar reorganizar a base de alianças com setores mais à esquerda da sociedade".

- Se nós fizermos isso, acho que voltaremos a ter grandes chances de continuar governando o País.

Lula tem sido tratado por lideranças do partido como o candidato natural para disputar a Presidência em 2018. O ex-presidente tem usado o discurso de que "ainda é cedo" e que precisa ver "estará vivo até lá". No entanto, antes mesmo de Dilma começar o segundo mandato, Lula tem mostrado que pretende ser um homem mais ativo no governo e no cenário político, o que lhe daria ainda mais força para a disputa. Sua participação, no entanto, ainda é bastante improvável

No vídeo, Lula voltou a defender a necessidade de uma reforma política e defendeu o financiamento público de campanha.

- A reforma política passa a ser imprescindível a começar pelo financiamento público, quem sabe pelo fim das coligações proporcionais, quem sabe pela lista apresentada por cada partido, mas não pode continuar do jeito que está.

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Fonte: R7

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