Milhares vão às ruas de Dourados e pedem PT fora do governo
Milhares de pessoas foram às ruas de Dourados neste domingo (13) em protesto contra a corrupção. Durante a mobilização, muitos carregavam cartazes, faixas e bonecos, e durante passeata e ato na praça, gritavam pedidos de "Fora PT".
De acordo com estimativa da PM (Polícia Militar), haviam entre 7 e 10 mil pessoas na manifestação. Já a organização estima a presença de 22 mil pessoas.
Os manifestantes começaram se aglomerar na área central por volta das 15h. O ato teve como ponto de encontro a avenida Presidente Vargas, em frente à praça Antônio João. Os manifestantes saíram em passeata pela avenida Marcelino Pires, passaram pela rua Hayel Bon Faker e retornaram pela avenida Joaquim Teixeira Alves, no mesmo ponto.
Depois disso, todos se reuniram na concha da praça, para leitura de uma "carta de repúdio à corrupção" que, segundo os organizadores do protesto, foi elaborada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Logo após houve um ato ecumênico, com fala de representantes das igrejas evangélicas e católica. As atividades encerraram por volta de 17h.
Muitos estavam carregando bandeiras do Brasil, com o rosto pintado, usando camisetas da seleção brasileira ou com roupas em cores verde e amarela. Ainda empunhavam faixas, com apoio à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro, entre outros.
Também haviam bonecos vestidos de presidiários, com os rostos da presidente Dilma Rousseff (PT), ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e senador Delcídio do Amaral (PT). Além de faixas, cartazes e gritos de guerra contra o partido.
Integrante da organização do manifesto, o empresário Racib Panage Harb, lembrou que o protesto foi organizado em reunião com várias entidades. Ele lembra que o ato é focado ao combate à corrupção em todos os partidos, e de apoio a entidades como Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal) e o juiz Sério Moro.
"Todo mundo tem um motivo para protestar e seria leviano da nossa parte, dos organizadores, levantar uma bandeira contra A, B ou C. Deixamos para a população, quem tivesse seu motivo, viesse indignado e fizesse o seu protesto", afirmou.
Apesar disso, ele acredita que o impeachment da presidente seja o sentimento da população brasileira, indignada com o tamanho da corrupção. "Não foi o PT que inventou a corrupção, ela já estava no Brasil desde o descobrimento. Mas, o tamanho que ela se proporcionou levou a essa crise que nós temos. Hoje, a gente vê um governo fragilizado politicamente que não consegue conversar com o congresso e quem está ‘pagando o pato’ somos nós", disse Racib.
Pessoas de todas as idades, famílias inteiras, incluindo crianças, participaram do ato e caminhada. O vendedor de livros, Francisco Oliveiro Castelon, 69, disse que decidiu fazer parte porque existe um "clamor nacional".
"As coisas estão muito mal. A corrupção avança junto com a impunidade, e com a dissimulação da Dilma dizendo que está tudo bem, do Lula também. Então a gente tem é que participar desses protestos coletivos", afirmou. Ele considera o protesto um ato contra o PT, espera que a presidente renuncie e que Lula seja preso. "O PT deixou de ser um partido e se transformou numa organização criminosa", afirmou.
Segundo pastor Eugênio Lins, presidente do Conselho dos Pastores de Dourados, a entidade esteve presente na mobilização com orações antes do manifesto e participação no ato ecumênico na praça. Para ele, o protesto é mais que um "Fora Dilma" ou "Fora PT", mas pede também fim da corrupção, reforma política e um basta na impunidade.
"A corrupção hoje está institucionalizada, ela tem vários partidos. A última vez que eu olhei eram 16 partidos citados na Operação Lava Jato ou Lama Asfáltica. Então ela não é prerrogativa única e exclusiva do PT, muito embora hoje, está aparecendo mais ele do que qualquer outro partido", afirmou.
Representando a igreja católica no ato ecumênico, o padre Crispin Guimarães, falou ao microfone que quando há pedido de justiça não é somente para os políticos ou partidos, é para os cidadãos também, já que podem se tonar vítimas dela se andarem injustamente. Ele falou que se querem um país passado a limpo, os cidadãos também precisam de atitudes honestas.
"Eu estava observando que muita gente estava deixando lixo na rua, agora, aqui, jogando papel na rua. Isso não é próprio de cidadãos não, viu? Então, as coisas começam em casa. Nós queremos o juiz Moro, mas não é só o juiz Moro não. Nós não temos um salvador nacional, nós precisamos de uma justiça que perpasse a sociedade. Uma justiça em todos os âmbitos, que faça com que a gente se lembre da honestidade que cada cidadão precisa exercer se quer um país livre", afirmou.
Ele afirma que com o ato deste domingo, é preciso recordar a consciência de que "nós somos culpados, mas também, podemos mudar a situação". O padre fala que se a situação chegou ao ponto em que está é porque todos foram coniventes, mas que é hora de dizer que todos querem mudanças. Afirmou também apoio à justiça, aos poderes constituídos e pediu coragem aos cidadãos para lutarem. O ato terminou com os manifestantes de mãos dadas, rezando a oração do "Pai Nosso".
Fonte: Fabiane Dorta, do Dourados News
COMENTÁRIOS
Usando sua conta do Facebook para comentar, você estará sujeito aos termos de uso e politicas de privacidade do Facebook. Seu nome no Facebook, Foto e outras informações pessoais que você deixou como públicas, irão aparecer no seu comentário e poderão ser usadas nas plataformas do iFato.