O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (5) que não tem nenhuma informação sobre os nomes que foram citados no processo da Lava Jato que chegou ao STF (Supremo Tribuna Federal) no início desta semana. Segundo ele, não é possível confirmar nem negar nenhuma das informações que circulam na imprensa e pediu cautela nos julgamentos.

De acordo com o ministro, tanto a PF (Polícia Federal) como a PGR (Procuradoria-Geral da República) têm total autonomia para realizar as investigações. Cardozo garante que nunca recebeu pedido de nenhum parlamentar para interferir no processo, retirando ou incluindo nomes.

- Eu nunca fui pressionado para que tivesse qualquer comportamento em relação a aliviar, não investigar, ou incluir qualquer pessoa na investigação. Eu garanto que jamais fiz ou farei qualquer iniciativa para cercear a ampla autonomia investigatória da Polícia Federal. Não recebi nenhum gesto, talvez porque se alguém tivesse me pedido isso, eu tomaria as medidas cabíveis contra um pedido indecoroso como esse. As pessoas sabem com quem lidam.

Perguntado sobre as especulações de que a presidente Dilma Rousseff teria sido citada nos depoimentos de delação premiada, o ministro afirmou que não pode avaliar hipóteses. E, sem citar diretamente a informação de que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) estaria na lista de pedidos arquivamento por falta de indícios de crime, ele criticou quem comemora fatos que não estão confirmados.

- Eu não comemoro nem vaio situações antes de ter ciência, há quem faça isso. Eu não faço isso.

Entenda
Na última terça-feira (3), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou o processo referente a Lava Jato ao STF. De acordo com informações do Supremo, são 28 pedidos de abertura de inquérito referentes a 54 pessoas. Nos casos em que não há indícios de crime, houve pedido de arquivamento.

Como o processo corre em segredo de justiça, nem o STF nem a PGR divulgaram os nomes dos envolvidos na ação. O ministro do Supremo responsável pelo caso, Teori Zavascki, é quem vai decidir se derruba ou não o sigilo. Apenas se o ministro abrir o processo será possível confirmar os nomes dos envolvidos, antes da conclusão das investigações.

 

Fonte: R7